Happy Feet Jazz Band e Coral Lírico de Minas Gerais se apresentam no Palácio das Artes

Juntos eles vão mostrar sucessos da música negra norte-americana como o spiritual e o jazz nestas terça (28 ) e quarta (29)

Ana Clara Brant
Sob regência da maestrina Lara Tanaka, o Coral Lírico interpreta obras do jazz e do spiritual, gêneros de origem escrava. - Foto: Paulo Lacerda/Divulgação

Tanto o negro spiritual como o jazz são gêneros musicais de origem afro-americana surgidos nas comunidades de escravos dos Estados Unidos e que conquistaram o mundo. O spiritual, como também é chamado, era cantado a capela, acompanhado de movimentos rítmicos do corpo e palmas, com temas bíblicos. O jazz se firmou como gênero no século 19 e Nova Orleans é considerado o berço do ritmo, que passou por transformações ao longo do século 20 para se consagrar. “Quando a música é boa, de qualidade, ela perdura. Não tem muito segredo. Daqui a 100, 200 anos, a gente ainda vai escutar muito esses estilos. Sem contar que eles têm suingue e balanço. São gêneros musicais que acabaram se tornando ao mesmo tempo sofisticados e populares”, ressalta o trompetista Marcelo Costa, da Happy Feet Jazz Band.

O grupo é um dos convidados do Coral Lírico de Minas Gerais para celebrar o jazz e o spiritual em dois eventos no Grande Teatro do Palácio das Artes.

nesta terça-feira (28), na série Lírico ao Meio-Dia, e quarta (29) à noite, no Lírico em Concerto. “O da hora do almoço já é algo tradicional e será uma pequena amostra do que virá no concerto completo na quarta à noite. São duas oportunidades para se ouvir e ver algo de qualidade. Quem for vai se deparar com uma música muito alegre, para cima”, garante Marcelo.

 

 

Como é o último concerto da temporada, o espetáculo – sob regência da maestrina Lara Tanaka – vai unir música coral, jazz e dança. A Happy Feet Band vai apresentar as canções Swing ‘n’ live, Medley jive e Just a gigolo, que fazem parte do último CD do grupo, enquanto os bailarinos do BeHoppers – especialistas no lindy hop, dança surgida no final dos anos 1920, no Harlem, em Nova York – vão mostrar toda a sua ginga. “Vai ser difícil resistir e não se entregar à dança. Ninguém vai ficar sentado no Palácio das Artes”, garante Marcelo.

ENCONTRO É a primeira vez que o Coral Lírico e a Happy Feet Jazz Band – que completa uma década em 2018 – se encontram num palco. Marcelo Costa conta que o flerte já existia há algum tempo. “A gente já tinha se apresentado com a Orquestra Sinfônica, mas com o coral é uma estreia. O convite partiu deles e o casamento deu tão certo, teve tanta química nos ensaios, que parece que já tocamos juntos há uma longa data”, revela.

O trompetista acredita que essa junção perfeita se deve ao fato de o coral ter em seu repertório, sobretudo neste ano, muitas canções da tradição negra, como as da ópera Porgy and Bess, encenada no mês passado, em Belo Horizonte. Entre as composições que integram o concerto, destacam-se Hit the road Jack, I can’t stop loving you , I can tell the world, The battle of Jericho e Dry bones. Os arranjos foram criados especialmente para as duas apresentações pelo pianista Fred Natalino. Aliás, além de fazer parte do coral, Fred integra a Happy Feet ao lado de Chon Tai Yeung (vocal), Yan Vasconcelos (contrabaixo), Bo Hilbert (bateria) e Marcelo Costa (trompete e vocal).

LÍRICO AO MEIO-DIA
Terça-feira (28), às 12h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av.

Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400). Entrada franca.

LÍRICO EM CONCERTO
Quarta-feira (29), às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Classificação: Livre

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