"Adocica meu amor, a minha vida" e "Preta, fala pra mim / Fala o que você sente por mim" são trechos de músicas que evocam, automaticamente, o potencial dançante e tropical da lambada nos anos 1980. O ritmo saiu de moda nas rádios, mas nem de longe encerrou a trajetória de Beto Barbosa, cantor considerado rei do gênero. O artista fará show no Recife nesta sexta-feira (10), às 21h, no Manhattan Café Theatro, localizado em Boa Viagem.
Aos 62 anos, seu repertório é mais diversificado, integrando zouk e forró em uma tentativa de ser compatível com "o que está mais sonoro no ouvido da galera de hoje".
Em solo pernambucano, a performance do paraense será mais intimista. "Vou cantar os grandes sucessos porque é inevitável, mas também vou apresentar umas duas músicas do Tim Maia, outra do Titãs, além de My way, do Elvis Presley, e I will survive, da Gloria Gaynor", conta o cantor. Outro destaque do show será a romântica Meu amor não vai embora, que fez parte da trilha sonora da novela global Tropicaliente (1994). A trilha sonora do folhetim foi uma de suas aparições no principal meio de comunicação oitentista, época em que o cantor era figurinha garantida em programas de auditório de Xuxa, Faustão, Silvio Santos e no finado Globo de ouro.
Aos 62 anos, seu repertório é mais diversificado, integrando zouk e forró em uma tentativa de ser compatível com "o que está mais sonoro no ouvido da galera de hoje".
Em solo pernambucano, a performance do paraense será mais intimista. "Vou cantar os grandes sucessos porque é inevitável, mas também vou apresentar umas duas músicas do Tim Maia, outra do Titãs, além de My way, do Elvis Presley, e I will survive, da Gloria Gaynor", conta o cantor. Outro destaque do show será a romântica Meu amor não vai embora, que fez parte da trilha sonora da novela global Tropicaliente (1994). A trilha sonora do folhetim foi uma de suas aparições no principal meio de comunicação oitentista, época em que o cantor era figurinha garantida em programas de auditório de Xuxa, Faustão, Silvio Santos e no finado Globo de ouro.
Um de seus últimos lançamentos foi a música Acelera (2014), um forró que usa a sentença humorística "a cara da riqueza", enquanto a canção Cola em mim é sua atual música de trabalho. "Ela será a base para um novo show que estamos bolando", adianta o músico. Em contraste com o cantor que um dia colocou o país para 'bailar', sua vontade de fazer shows mais simples dialogam com a atual fase de sua carreira: "Eu estou tranquilo, não me preocupo mais em ser o número um. Sou consciente, faço meu trabalho e canto porque gosto. O palco pra mim é um momento de alta descontração, onde eu me encontro".
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Esse forró de hoje é uma lambada, mas a gente tá usando a palavra forró de forma errada. Forró de verdade é Luiz Gonzaga. Eu acredito continuar cantando lambada, salsa, merengue. Só falamos forró porque existe uma sanfona ali, mas antes eu já usava sanfona. O que muda muito é a mixagem, antes usávamos uma mixagem muito mais equilibrada, hoje damos um destaque maior para as caixas da bateria. É o que está mais sonoro no ouvido da galera de hoje.
A lambada é um ritmo dançante e com influências latinas. Atualmente, o mundo presencia a volta dessas características com o reggaeton. Como você enxerga esse movimento?
As pessoas sempre querem inovar e a música latina é muito rica, não morreu nem nunca vai morrer, pois é uma cultura. Ela tem muita influência no Brasil através do Pará, sempre que vira e mexe estamos mexendo em alguma coisa. No mundo, admiro a Shakira, que é colombiana. Também tem a Jennifer Lopez começou a puxar isso nos Estados Unidos. Aqui no país muitas pessoas estão tentando entrar nessa moda, como os sertanejos, mas não está no sangue. Tem que saber vender a sensualidade. Não pegou na veia mesmo como o movimento da lambada porque está faltando representantes. A Claudia Leitte gravou, a Anitta gravou, a Ivete Sangalo gravou, mas ainda não vi nenhum movimento forte. Falta chegar alguém como fizemos na lambada.
Você acha que a lambada faz falta na música brasileira?
A lambada foi um movimento muito forte, mas todo o movimento passa. Ficam os grandes sucessos. Isso é uma cultura do Brasil. Você entra com facilidade e sai com facilidade. Lá fora o cara fica milionário, aqui não.
Como você avalia a atual dominação dos sertanejos nas rádios?
Existe uma verba muito grande paga pelos os sertanejos. Hoje em dia é preciso de pagar para estar nas rádios. Se eles deixarem de pagar, amanhã não tocam mais. Nem as rádios negam isso. Elas não possuem mais interesse em tocar ninguém de graça. Mas também sinto que esse movimento de rádio está enfraquecendo no Brasil, hoje em dia existem outros meios.
Em janeiro desse ano, você passou por uma situação delicada ao ser preso em Fortaleza (CE). O que têm a comentar sobre o caso?
Eu estava pagando a conta no supermercado Pão de Açúcar, no bairro Meireles, quando chegou uma jovem com uma criança de 2 anos, ambas moradoras de rua. Ela estava com um lata de leite na mão e pediu para eu passar nas contas. Nesse momento chegou um segurança pedindo para eu não fazer aquilo. Comprei a briga e dei a lata de leite, aí os caras não gostaram. Na delegacia, tudo acabou gerando uma confusão porque chamei o policial de 'vagabundo'. A prisão foi uma atitude exagerada da polícia, com certeza, pois não se algema uma pessoa que está tentando ajudar o próximo dentro de um supermercado. Esse país está cheio de exageros. Não é só a polícia, como a política e a justiça.
Confira vídeo de Beto Barbosa interpretando Adocica, no Globo de ouro, em 1989