Na madrugada desta sexta-feira (10), o clipe da música Vá se bezer, parceria entre Preta Gil e sua madrinha Gal Costa, presente no recém-lançado álbum Todas as cores, foi retirado do ar pelo YouTube. Nas redes sociais, o deputado federal Jean Wyllys denunciou o ocorrido, alegando a suspeita de que o conteúdo teria sido alvo de "denúncias de perfis falsos e verdadeiros que vem atacando conteúdos relacionados à defesa da diversidade e das liberdades individuais pela internet". O vídeo, que havia sido lançado nesta quinta-feira (9), já contava com quase 200 mil visualizações, em menos de 24 horas, antes de ter sido apagado pela plataforma de streaming. Na música, a cantora fala sobre diversidade, liberdade de expressão e empoderamento - temáticas centrais do novo trabalho.
"Estas redes subterrâneas que agem no anonimato para tomar colonizar as mídias digitais com conteúdo de ódio", apontou o deputado, sobre a possível razão da exclusão do conteúdo. Preta Gil também utilizou as redes sociais para se manifestar sobre o assunto e tranquilizar os fãs: "Por volta de 1h da manhã dessa madrugada, nosso clipe foi excluído do meu canal no Vevo Brasil. Aos meus fãs, amigos e jornalistas queria dizer que não estou nada, nada triste, nem tão pouco preocupada, sei que tudo será resolvido em breve!". "Não sabemos o que aconteceu ainda, mas o fato é que o clipe é lindo, foi feito com muita amor e já já poderemos apreciá-lo outra vez! Obrigada a cada um que me ajudou a divulgar, sou muito grata!", publicou a cantora no Instagram, na manhã desta sexta. No início da tarde, o vídeo voltou a ser disponibilizado nos canais oficiais da artista, com um manifesto oficial sobre a diversidade e contra a discriminação.
No clipe, Preta Gil contracena com Gal Gosta e um elenco de atores em uma espécie de ritual pagão, celebrando às diversidades de gênero, a liberdade sexual e a beleza dos corpos "não normativos". Entre as cenas do vídeo, Gal Costa - que é madrinha de nascimento de Preta, e faz a primeira parceria com a cantora - aparece em um altar com os símbolos de "like" e "dislike", as tradicionais curtidas e descurtidas das redes sociais em uma crítica os julgamentos sociais e a dicotomia política-cultural vivenciada no país nos últimos anos. Em outro momento, a filha de Gilberto Gil aparece nua, coberta de tinta dourada.
No clipe, Preta Gil contracena com Gal Gosta e um elenco de atores em uma espécie de ritual pagão, celebrando às diversidades de gênero, a liberdade sexual e a beleza dos corpos "não normativos". Entre as cenas do vídeo, Gal Costa - que é madrinha de nascimento de Preta, e faz a primeira parceria com a cantora - aparece em um altar com os símbolos de "like" e "dislike", as tradicionais curtidas e descurtidas das redes sociais em uma crítica os julgamentos sociais e a dicotomia política-cultural vivenciada no país nos últimos anos.
Em entrevista ao Diário de Pernambuco, a cantora, que desde o início da carreira protagonizou importantes discussões contra a LGBTTfobia, gordofobia e racismo, comentou sobre a importância de se abordar estas temáticas. "Há quinze anos atrás, era eu sozinha. Quando eu me expunha, quando eu falava de mim, de quem eu era, coisas tão simples para mim, existia uma grande pressão da sociedade. Uma mulher gorda não podia posar para a capa de um disco. As pessoas questionavam: 'Como assim ela se ama?'. Era surreal, elas não conseguiam entender como eu era feliz", comentou sobre a discriminação sofrida por sua postura de luta pelo "direito de ser quem é".
"Eu se senti muito só, foram 15 anos de muitos anos de muito sofrimento. E hoje você vê o empoderamento no discurso de muitas mulheres, independente de ser famosa ou não. Ao me defender, ao querer ter o direito de ser quem eu sou, eu levantei muitas bandeiras. E ao lutar por mim, eu lutei por muitas outras. E isso é muito gratificante", celebrou, sobre o novo momento da sociedade, em que temáticas como o feminismo e a representavidade da população trans está cada vez mais em voga.
Vá Se Benzer! Sou eu, diz aí quem é você entre os 7.6 bilhões dessa terra? Quem somos na fila do pão, do 'inferno' ou 'céu' desse nosso existir? Quem sobreviverá à era do ódio apocalíptico? Ao tempo bipolar em um mundo partido por partidos, lados da mesma moeda. Quem está livre dos 'likes' e 'dislikes'? Dos 'gostos' e 'desgostos' de convivermos na rede virtual da sociedade?
Sou preto e você azul? Sou homo e você hétero? Sou gordo e você magro? Sou Shalom e você Saravá? Sou isso e você aquilo? O que importa? Que diferença a diferença fará em um mundo finito de infinitos mortais? No final, iremos todos para um mesmo buraco, alguns cremados quando o dia chegar, outros queimados vivos pelos seus 'iguais'.
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E amar, alguém já sabe conjugar? Ainda há tempo?! Ainda nos resta o dia de hoje, talvez o segundo seguinte, o presente, esse aqui e agora. Seu tempo, meu tempo, seu direito, meu direito. Su casa mi casa. Paremos de julgar, de jogar pedra, de gastar a vida fazendo com o outro o que não quer sentir na pele. Respeito é bom e você gosta, eu gosto.
O último a sair do jogo de acusações do homem contra o homem, acende a luz. A luz da vida para amar e ser livre, para ser quem você é e fazer sua parte. Tome conta da sua vida, deixe o outro pagar as próprias contas e pecados. Crédulo ou não, ninguém é santo nesse templo da imperfeição. Se não acreditar em nada disso, basta aceitar ser H-U-M-A-N-O, mano(a). Humano na espécie, humano no propósito de fazer e querer ser feliz. Pensa no outro além de si.
Estamos juntos sob a lei da ação e reação, seja 'fake', 'hater', beato ou pagão. Fazer o bem, que mal tem? Fazer o mal, que bem faz? Diga aí, quem é você?
Vá se benzer!"
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