Com show gigante, mineirês e rebolada, Paul McCartney encanta BH

Show do ex-beatle nesta terça (17/10) levou 51 mil pessoas ao Mineirão. Repertório teve quatro alterações em relação à estreia da turnê 'One on one' no Brasil, sexta (13/10) em Porto Alegre

por Mariana Peixoto 18/10/2017 00:40

Ramon Lisboa/EM/D.A.Press
Paul McCartney no show da turnê 'One on one' no Mineirão (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A.Press)

Uma aula rápida de português, logo depois da passagem de som, foi mais do que suficiente. "Ei BH! Boa noite, gente! Tudo bem?" Foi assim que Paul McCartney ganhou, de cara, as 51 mil pessoas que lotaram o Mineirão na noite desta terça-feira (17/10).

 

 

Em sua segunda passagem por Belo Horizonte, quatro anos e meio depois da estreia de Out There!, Paul McCartney voltou a encantar o público. O  show começou às 21h41, com um repertório que trouxe quatro mudanças significativas em relação à estreia de One on one no Brasil, na sexta passada (13/10), em Porto Alegre.

Save us, da carreira solo, entrou logo no início do show, no lugar de Junior's farm. Lettin' go, dos Wings, substituiu Jet; Drive my car, Got to get you into my life e I've just seen a face entrou no lugar de We can work it out.

A extensão do repertório – foram 39 músicas em BH – permite sets com diferentes momentos. O primeiro, a bordo do histórico baixo Hofner e, posteriormente, de uma guitarra Gibson, é mais voltado para o rock (Save us) e blues (Let me roll it).

Já quando ele vai para o piano, é a vez de canções mais pessoais. My Valentine é dedicada à "minha esposa Nancy, que está aqui hoje". Mas é o clássico Maybe, I'm amazed, que Paul anuncia ser a canção para Linda, que leva à uma grande comoção.

Até então nitidamente poupando a voz, ele faz uma interpretação densa, de uma música que exige bastante do aparelho vocal. O set a seguir, já com Paul ao violão, mistura velhas canções, num tom folk. O destaque vai para In spite of all the danger, canção dos Quarrymen (e a primeira gravação dos Beatles).

Das mais antigas ele chega às mais recentes, incluindo New e FourFiveSeconds, canção que gravou com Kanye West e Rihanna. Entre uma música e outra, uma graça aqui e ali, como uma rebolada em And I love her e a mineiríssima interjeição "sô".

 

 

Mas, como sempre (e poderia ser de outra maneira?), a sequência final foi matadora. A partir de Let it be (celulares acesos emulando as velas do telão), Paul foi arrebatando o público música a música.
Os fogos de Live and let die (que de tão altos e próximos o fizeram tapar os ouvidos no final) e o coral de milhares de "na na na na" em Hey Jude, cantados pelo público e expressos em cartazes que haviam sido distribuídos. Eram "moços"  "moças" nas palavras de Paul.


Pausa para o bis e o retorno, agora empunhando as bandeiras do Brasil, do Reino Unido e do movimento LGBT. Yesterday, cantada do início ao fim pelo público, deu início ao bis. Helter Skelter, a mais pesada das músicas dos Beatles, deu sequência a Birthday.

 
"Está na hora de partir. Obrigado à melhor equipe do mundo. Obrigado à minha banda fantástica. E obrigado a vocês". E o final, como sempre, duas horas e 40 minutos depois, com Golden slumbers/Carry that weight/The end e ele dizendo "até a próxima!".


Chuva de papel picado verde e amarelo, lágrimas, sorrisos e abraços (e um animalzinho de pelúcia amarelo que alguém da plateia atirou ao palco e Paul carinhosamente recolheu). É tudo igual, sempre. E foi, mais uma vez, único.

MAIS SOBRE MUSICA