No primeiro domingo da primavera, a capital subiu o tom e mostrou que o ritmo nascido em New Orleans (EUA) conquistou o coração dos belo-horizontinos. Aplaudindo sem parar, na plateia; em clima de piquenique, no gramado; ou em plena confraternização com a família e amigos, nas escadarias, moradores e visitantes curtiram a segunda noite do Festival Internacional I Love Jazz, na Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul da cidade. Para 2018, quando o evento chega à décima edição, o organizador Marcelo Costa, trompetista mineiro e integrante da Happy Feet Big Band, já faz planos. “Pretendemos fazer uma festa maior, com mais atrações, enfim, algo diferente”, afirmou.
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Cheia de charme, Taryn cantou jazz e blues, destacou a figura antológica de Billie Holiday (1915-1959) e emocionou com Lover, came back to me. Depois, embalou os corações com The man I love e, na saideira, empolgou com banda no compasso de In the mood, no melhor estilo de Glen Miller. Assíduo frequentador do festival, o professor Moisés Carvalho, ao lado da mulher, Aline Guedes, psicóloga, e com a filha Cecília, de 2 anos, no colo, contou que compareceu a todas as nove edições do festival. “Gosto muito de jazz e do evento, mas desde que seja aqui na Praça do Papa”, afirmou o professor. “Vim aqui solteira, casada, depois grávida e agora com minha filha”, acrescentou Aline.
Moisés e família estavam com o casal Raphael Fernandes e Ana Paula Santos, que fazia a estreia no festival. “Acho que, de agora em diante, vamos ouvir mais jazz”, adiantou Raphael. Na escadaria da Praça do Papa havia casais se beijando, famílias inteiras em total tranquilidade, jovens solitários de copo na mão e outros de olho no tanto de gente bonita que estava na plateia. O casal de namorados Rodolfo Viana, diretor comercial, residente em Santa Luzia, e Laura Scoralick, médica, de Nova Lima, ficou juntinho aproveitando cada música e gostou do que viu e ouviu. “O jazz é muito agradável aos ouvidos. Está muito legal aqui”, afirmou o rapaz.
ASTRAO - As primas Lorena Ohana Costa, analista de orçamento, e Renata Seabra, coach, destacaram a diversidade de eventos culturais na capital. “Houve uma revolução na cultura, tem público para todos os eventos”, lembrou Renata, certa de que, agora, vai entrar numa sintonia diferente: “Vou ouvir mais jazz.” Perto dali, um rapaz no estilo hipster analisava a cena cultural. “É um astral diferente. BH tem mesmo uma diversidade grande de eventos culturais. Tem carnaval do bom, música sertaneja de montão, festas de música eletrônica e já tem um lugar especial para o jazz.”
Residente em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a professora de música Natália Inácio caprichou no turbante colorido. “Sempre venho ao festival. Tem gente que reclama da falta de atrações, mas procurando a gente acha. Jazz é bem dançante, não tem nada de elitista. É muito agradável”, observou.