Serão 13 horas – ininterruptas – de música: do rock ao rap, passando por pop, folk, MPB, samba e sonoridades contemporâneas da cena indie. Quem for neste sábado, 23, ao Mirante Beagá verá 14 artistas em programação eclética, que celebra tanto a diversidade quanto projetos autorais. O line up vai contar com três destaques do Rock in Rio: Emicida, que no sábado, 16, se apresentou no Palco Sunset; BaianaSystem, que nesta sexta-feira, 22, toca no mesmo local; e Karol Conka, atração de sábado.
O rapper paulista, a MC paranaense e o grupo baiano são atrações do Breve Festival Música para Durar. Ao montar o line up, os organizadores miraram em quem se destaca nas plataformas de streaming, gera burburinho nas redes sociais e, sobretudo, fez de olhos fechados a transição do analógico para o digital.
Além do BaianaSystem e Emicida, passarão pelos dois palcos Novos Baianos – e sua música atemporal –, o rapper Projota, A Banda Mais Bonita da Cidade, Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz. A cena da música autoral mineira estará representada por Graveola e o Lixo Polifônico, Iconili, Moons e Young Lights.
''Gostamos da energia dos festivais. São muitos artistas diferentes dividindo o mesmo palco. O público está muito disponível. São oportunidades muito boas'', diz Roberto Barreto, guitarrista do BaianaSystem.
''É muito interessante a proposta do Breve. Todas as cidades têm grandes festivais – Rio, Recife, Porto Alegre. E BH também'', pontua José Luiz Braga, vocalista do Graveola.
Para José Luiz, eventos como o Breve permitem contato com artistas de diferentes trajetórias. ''É muito legal a forma como ele promove a diversidade musical'', diz. Outro ponto importante, lembra, é a preocupação dos organizadores em pensar a cena contemporânea. Isso se deu por meio do projeto Breves Encontros, realizado nas últimas semanas, voltado para discussões e a reflexão sobre o mercado.
O festival mineiro foi idealizado justamente para conjugar artistas que estão bombando na cena com a reflexão sobre a cena contemporânea, destaca Carlos Marçal, um dos organizadores do Breve. Participaram das rodas de conversa Breves Encontros Kiko Klaus, Kristoff Silva, Thiago Delegado, Luiz Valente, Eugenio de Castro e LaBaq, entre outros músicos.
QUADRIS Neste sábado, Emicida vai se basear no repertório de seu álbum mais recente, Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa. ''O show foi reformulado, ganhou músicas novas, arranjos novos. É uma apresentação renovada da tour com a qual a gente vem rodando o mundo'', afirma o rapper.
Porém, ainda não será desta vez que o público ouvirá Avuá, lançada durante o desfile da LAB, grife do músico, na São Paulo Fashion Week, em agosto. Composto por Emicida e os rappers Drik Barbosa, Fióti, Rael, Kamau e Coruja BC1, o single já está nas plataformas digitais.
''Avuá é, na verdade, o primeiro cypher da LAB. Adoraria poder apresentá-la com a presença dos meus parceiros, mas não vai ser possível'', diz Emicida. Cypher é uma espécie de mutirão, em que vários artistas se revezam ao microfone.
No palco, Emicida exibe atitude e estilo – e isso não se limita à música. Ele e o irmão, Evandro Fióti, promovem a diversidade nas passarelas: negros, moradores da periferia, gordos e pessoas com vitiligo desfilam para a LAB. Em novembro, o rapper paulistano grava o primeiro DVD solo.
ATMOSFERA A mineira Graveola e o Lixo Polifônico pretende mostrar algumas canções em gestação para o próximo disco, previsto para o ano que vem.
''Como fizemos um álbum em 2016, estamos na entressafra. Cuidamos muito da atmosfera do show de sábado. Já nos apresentamos no Festival Vibra, mas temos novidades para o Breve'', garante o vocalista José Luiz Braga. Não vale spoiler, mas a banda levará para o palco os símbolos de sua atuação engajada e política.
O que você está preparando para o Festival Breve?
Preparei um show alegre, nostálgico e libertador! E não pode faltar Batuk freak, o disco queridinho meu e dos meus fãs.
No Instagram, acompanhamos você, a fashionista Magá Mora e a cantora Tássia Reis no Afropunk Fest, no Brooklyn, em Nova York. Inclusive, vocês ‘causaram’ com superproduções.
É muito enriquecedor ter acesso a informações, cultura, estilos. Mais ainda quando se está na companhia de amigas que pensam igual a você. Voltei de Nova York mais inspirada e forte, certa de que o mundo é cheio de espaços incríveis e de que a arte é o nosso refúgio. Não existe dor nem mágoas quando a arte te domina.
Teremos novidades à vista?
Estou devendo disco novo. Mas vale lembrar: nunca estive parada. Lancei singles e clipes durante esse tempo, estou feliz de saber respeitar o meu tempo. Tenho muitas canções novas que pretendo lançar no álbum que está por vir, Ambulante. Estou na direção desse álbum, escolhi parcerias que se encaixam com as minhas ideias. Criei belas canções e estou satisfeita com o que venho construindo.
Você tem um fã-clube respeitável em BH...
Tenho carinho muito grande por Belo Horizonte. Foi o primeiro lugar a me convidar para fazer show fora de Curitiba. Foi em BH que recebi meu primeiro cachê como artista, a convite de Kdu dos Anjos e da festa Original Sunday’s. Quero dizer a meus fãs mineiros que ninguém chega a lugar nenhum sozinho, sou eternamente grata pelo reconhecimento. Hoje, vivo da minha arte porque nunca estive só. Um grande beijo!
BREVE FESTIVAL MÚSICA PRA DURAR
Com Novos Baianos, BaianaSystem, Miami Horror, Karol Conka, Projota, Emicida, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, A Banda Mais Bonita da Cidade, Graveola e o Lixo Polifônico, Iconili, Alta Fidelidade, Moons e Young Lights. Sábado (23/9), a partir das 14h. Mirante Beagá. Rua Gabriela de Melo, Bairro Olhos D’Água. A partir de R$ 200 (inteira) e R$ 110 (meia). Informações: www.brevefestival.com.
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