Grandes e pirotécnicos também são os shows da banda – Steven Tyler (voz), Joe Perry e Brad Whitford (guitarras), Tom Hamilton (baixo) e Joey Kramer (bateria), a formação clássica – que, desde 1994, já veio seis vezes ao Brasil. A sétima turnê terá início em Belo Horizonte. Amanhã, o grupo estreia na cidade, na Esplanada do Mineirão. Será o primeiro de quatro shows – Rock in Rio na quinta; domingo em São Paulo e, na quarta, 27, em Curitiba.
Com tanto tempo de carreira e um material extenso (são 15 álbuns de estúdio, fora o material em vídeo e ao vivo), é natural que a banda venha pisando no freio na produção (e não nos shows). O disco autoral mais recente, Music from another dimension!, já tem cinco anos.
A turnê que chega nesta semana ao Brasil tem cara de despedida.
Para os fãs, por ora, o que importa é que o show vai reler a carreira. O repertório traz o obrigatório do Aerosmith: Cryin, Livin’ on the edge, Crazy, I don’t want to miss a thing, Janie’s got a gun, Dream on, Walk this way.
A história do Aerosmith teve início no fim da década de 1960. Steven Tallarico comandava a Chain Reaction, banda que teve como momento alto abrir quatro shows do Yardbirds. Tallarico conheceu Perry numa lanchonete em New Hampshire. O guitarrista tinha uma banda, Jam Band, que, coincidentemente, tocaria no mesmo lugar que o Chain Reaction. Não foi difícil os dois grupos se unirem para formar o Aerosmith, que nasceu na cidade de Boston.
Tallarico também não demorou a ganhar o sobrenome artístico de Tyler. O bocão à la Mick Jagger – no início da carreira, ele teria sido confundido por fãs dos Rolling Stones em Nova York, numa data que a banda inglesa se apresentaria na cidade – e a fusão bem azeitada de rock e blues logo fizeram as comparações ganharem força. Mas o Aerosmith trazia, nos primeiros tempos, uma sujeira no som que os aproximava de formações como os New York Dolls.
SUCESSO
Ainda que Dream on seja do álbum de estreia (homônimo ao grupo, de 1973), o sucesso de fato só despontou em 1975, quando a banda passou a fazer shows em grandes estádios. Nessa época foram lançados os dois álbuns mais importantes do Aerosmith, Toys in the attic (1975) e Rocks (1976).
Terminaram a primeira década consagrados. Os anos 1980 se anunciaram sombrios, com excessos (álcool e drogas; Tyler quase sucumbiu à heroína) que desaguaram em desavenças – Perry e Whitford deixaram o grupo por alguns anos.
Os anos 1990, por sinal, foram extremamente generosos com o Aerosmith. Com o prestígio recuperado e a casa em ordem, a banda aproveitou como ninguém a explosão da MTV pelo mundo. É a época dos clipes com historinhas e garotas levadas, como Alicia Silverstone (em Cryin) e Crazy (que uniu a loirinha a Liv Tyler, filha de Steven). Os clipes acabaram apresentando a banda a um novo público.
O Aerosmith vem, desde então, surfando na fama. Neste século, o lançamento de material original ficou mais escasso (somente três álbuns). Mas as turnês compensam tudo. Para a noite desta segunda é esperar os velhos hits, muita pirotecnia de palco, algumas surpresas (sempre tiram da manga algum lado B) e frases de efeito de Tyler. No mais, é correr para o abraço, pois muito provavelmente será a primeira e última vez que o Aerosmith virá a Belo Horizonte.
AEROSMITH
Show amanhã (18/9), às 22h, na Esplanada do Mineirão, Avenida Antônio Abraão Caram, 1.001, Pampulha. Abertura dos portões: 18h.
RESUMO DA ÓPERA
47
anos de carreira
150
milhões de álbuns vendidos
4
Grammys
15
álbuns de estúdio
9
DVDs.