“Continuarei enquanto conseguir segurar as baquetas”, disse Ringo Starr, músico que ainda tem pouco a provar, mas que acaba de lançar o seu 19º álbum, com uma pegada nostálgica. Aos 77 anos, aquele que foi o baterista dos Beatles contou com a parceria de Paul McCartney, o outro sobrevivente de uma das bandas mais famosas da história, em seu novo álbum Give more love.
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O disco contém uma lembrança dos Fab Four no tema Don’t pass me by, quando Ringo Starr canta “I’d like to be under the sea”, enquanto a canção acaba lentamente. “É uma homenagem a uma de minhas canções, chamada Octopu’s garden, explicou, referindo-se à música de 1969 que integrou o álbum Abbey Road. “Achei que era interessante usar essas músicas de antes com uma banda jovem”, disse.
No passado, Ringo tentou diminuir a importância dos Beatles, grupo que só existiu por oito anos, mas cujo legado atravessou as carreiras posteriores de seus integrantes. Nascido em 1940, Starr tinha somente 29 anos quando o grupo se dissolveu e, desde então, trabalha sozinho. Atualmente, parece reconciliado com todas as pessoas que sempre quiseram saber mais sobre o quarteto de Liverpool.
FOBIA
Usando jeans pretos, jaqueta acolchoada e óculos escuros, Ringo Starr parece jovem ao chegar à entrevista, batendo os cotovelos como forma de cumprimentar – ele tem fobia de apertos de mão pelos germes – e fazendo o sinal de paz e amor com os dedos.
As lembranças em Give more love vão mais além de seus anos nos Beatles. Electricity fala da Liverpool de sua juventude e de Johnny Guitar, seu parceiro de banda em Rory and the hurricanes. “Tocava tão bem... tenho grandes lembranças de como tocava, e desse tempo”, diz Starr, cujo nome de batismo é Richard Starkey. Ele passa a maior parte do tempo em Beverly Hills, na Califórnia.
Ringo, que completou 77 anos em julho, poderia pensar na aposentaria, mas, ao invés disso, fará oito shows em outubro em um cassino de Las Vegas, antes de começar uma pequena turnê pelos Estados Unidos. “Não penso em me aposentar, para mim não tem sentido”, explica. “Continuarei enquanto conseguir segurar as baquetas”, diz, orgulhoso.