São Paulo – Wesley Safadão crê que Deus está agindo em sua vida. E garante: graças a ele, pôde gravar o DVD WS in Miami Beach. “A previsão do tempo mostrava que cairia um temporal em Miami. Por incrível que pareça, não caiu uma gota de água na hora do show”, conta o artista, de 28 anos, recentemente convertido à doutrina evangélica. Em agosto, Wesley foi batizado numa cerimônia da Igreja Batista da Lagoinha, em Sabará (MG).
WS Miami Beach traz 20 faixas, entre elas, Ar-condicionado no 15; Casado, namorando, solteiro; Ressaca de saudade; Decreto liberado; e Quem bate também chora. O ex-vocalista da banda Garota Safada se orgulha de levar o forró eletrônico para o exterior, mas avisa: toma cuidado para não perder a essência.
“A gente tenta nunca perder a identidade, a linguagem e as nossas características. Temos canções de compositores do Ceará e de parceiros da Usina de Hits. Isso acaba motivando o pessoal a produzir coisas novas”, acredita.
Safadão diz trabalhar “dez vezes mais” para agradar aos fãs. O cantor tem viajado com dois formatos de shows: um para Norte e Nordeste; outro para Centro-Oeste, Sul e Sudeste. “As coisas estão mais rápidas. Até música com boa letra e melodia tem prazo de validade mais curto. Se fizer o mesmo show, sou apedrejado. A galera quer novidade, consome mais rápido. Se o show não for legal, eles metem o pau mesmo”, revela.
Safadão aposta em parcerias com artistas de vários segmentos. Adapta funk, sertanejo e outras sonoridades a seu forró eletrônico. Já gravou com Anitta e Nego do Borel (Você partiu meu coração), MC Kevinho (Olha a explosão) e a dupla Matheus e Kauan (Meu coração deu pt). “Não consigo dizer não. As pessoas me procuram e sempre aceito. O único obstáculo é a música não ser boa”, afirma.
O cantor procura ser criterioso ao escolher o repertório, principalmente por causa do público infantil. “Tivemos problema com Ninguém é de ferro nas rádios, que não queriam tocá-la e pediram para mudar o refrão. Então, trocamos ‘se eu ligar dá merda’ por ‘se eu ligar já era’.
Em seu novo trabalho, Safadão fez dueto com Ivete Sangalo em À vontade e gravou Se é pra gente ficar com a cantora Solange Almeida. “A linguagem dessa canção é muito atual, ela tem um refrão forte. Parece encontro do amor verdadeiro com a alma”, diz Solange. “É a música mais bonita do ano. A melodia é gostosa de ouvir, as palavras cativam”, garante Wesley.
A dupla tem algo em comum: a baiana foi vocalista da Aviões por 14 anos e Wesley fez fama no forró à frente da banda Garota Safada. “O povo esperava muito esse encontro. Como seria a música da Sol com o Safadão? A responsabilidade é grande, mas a consciência está tranquila. Não será uma canção ‘meteórica’”, afirma ele.
ESTREIA
Parcerias se tornaram estratégia importante. Em seu DVD de estreia na carreira solo, Sentimento de mulher (2017), Solange faz duetos com Tiago Iorc, Joelma, Anitta, Xand Avião e Claudia Leitte. Revoltada, do MC pernambucano Dadá Boladão, gravada com Ivete Sangalo, bateu 9,6 milhões de acessos no YouTube.
Wesley e Solange estão de olho no mercado internacional. A agenda de shows dele é intensa – em média, são 25 apresentações mensais –, mas, no fim deste mês, Safadão inicia turnê nos Estados Unidos. Vai cantar em Boston, Miami e Nova York. Por sua vez, Solange planeja gravar em espanhol com um cantor estrangeiro.
*A repórter viajou a convite da Luan Promoções
WS IN MIAMI BEACH
De Wesley Safadão
Som Livre
DVD: R$ 29,90
CD: R$ 19,90
CD e DVD: R$ 39,90
Três perguntas para...
Solange Almeida
Cantora
Como surgiu a “dupla” Wesley Safadão & Solange Almeida?
Havia uma cobrança grande dos nossos fãs. O que a gente menos pensou foi no negócio. Queremos mostrar uma parceria bonita, de respeito e reciprocidade. É muito mais coração. Há muita parceria fake por aí, a pessoa não vê a hora de sair de perto do outro artista.
Você e Wesley se notabilizaram pelo forró. Como o público de fora do Nordeste recebe o ritmo?
Esse paradigma foi quebrado, graças a Deus. Viajamos o Brasil inteiro. Só não cheguei a fazer shows no Paraná e no Mato Grosso do Sul, mas as pessoas já consomem e aceitam o nosso ritmo. Não tem mais aquela coisa de achar que forró é música regional, de fuleragem, que não tem conteúdo.
Revoltada foi composta pelo pernambucano Dadá Boladão, MC de brega-funk. Como foi essa parceria?
Ele é um querido, muito talentoso. Digo sempre que a música é universal. No meu show, canto de tudo: sertanejo, forró, axé, tem um bloco eletrônico e outro de funk. Todo artista deveria pensar e não se intitular como cantor de determinado gênero. Se ele tem capacidade, deve extrair o que tiver de melhor e agradar ao público. Temos que cantar o que as pessoas querem ouvir.