Gravado no Estúdio Locomotiva, o CD Venha, nome da canção que abre o disco, é coproduzido por Namen e Marcelinho Guerra, que também é responsável pela mixagem e masterização. Como havia pensado, fui ouvindo e gostando de música por música.
Vou tendo uma grata surpresa à medida que vou escutando cada música. Rabello tem um timbre de voz suave e agradável. É um disco de MPB moderna, ou seja, com uma pegada de rock. Observo que o músico bebeu em fontes de feras como Lenine, Beto Guedes e Milton Nascimento, além do quarteto Crosby, Still, Nash & Young, fato este fácil de se notar na canção Terra nossa. “São músicas cantadas em português sem um viés específico, com arranjos modernos que sintetizam minhas influências”, define o autor.
MPB Embora tenha sido influenciado pelo pai, que navega por ritmos como o jazz e MPB, Rabello havia tomado os rumos do rock antes de se enveredar pela MPB. Foi ouvindo o Clube da esquina 2 (Milton Nascimento, 1978), Relâmpago elétrico (Beto Guedes, 1977) e o músico pernambucano Lenine que se encontrou e abandonou o rock para mergulhar de cabeça na MPB. As músicas também trazem elementos do jazz e do pop. O CD apresenta seis canções, todas autorais, e os arranjos foram feitos com a ajuda dos músicos participantes.
A capa do CD tem ilustração de Larissa Fernandes e evidencia bem a essência do projeto. A temática do disco é a busca pelo autoconhecimento, pois questiona sobre o sentido da existência, como bem mostra Rabello nos versos da canção Consciência – “De que me vale ocupar o corpo, se eu não souber o meu lugar e pelos anos andar perdido”.
Já, em Viver, faixa número dois, Rabello opta por deixar uma mensagem de perseverança, quando diz “pode o tempo carregar das nuvens mais escuras, chover, chover... Pode o inverno se arrastar sem pressa sobre os anos, gear, gear...