O senador Romário Faria (PSB-RJ) anunciou nesta quinta-feira, 22, por meio de uma postagem no Facebook, que será realizada uma audiência pública sobre a Sugestão Legislativa que propõe a criminalização do funk.
No post, o senador revela que convidou vários artistas representantes do gênero, como Anitta, Nego do Borel, Valesca Popozuda e Tati Quebra Barraco. Outros convidados incluem os antropólogos Hermano Vianna (autor do livro O mundo Funk Carioca) e Mylene Mizhari (A estética do Funk Carioca). Marcelo Alonso, autor da proposta, também deve participar da deliberação.
''Eu, como um carioca nato e um eterno funqueiro, sou totalmente contra essa proposta'', escreveu Romário. ''Como disse a presidente da comissão, senadora Regina Sousa, o funk começou no Rio de Janeiro, mas ganhou o Brasil, se tornando mais um ritmo musical que expressa a identidade de uma grande parcela da população''.
Na proposta protocolada por Marcelo Alonso, o funk seria considerado crime de saúde pública. ''Os chamados bailes de 'pancadões' são somente um recrutamento organizado nas redes sociais por e para atender criminosos, estupradores e pedófilos a prática de crime contra a criança e o menor adolescente'', diz a proposta.
A sugestão recebeu 22 mil assinaturas. Atualmente, ela está na Comissão de Direitos Humanos do Senado e precisa passar por ela para se tornar um projeto de lei. Em consulta pública online, a proposta conseguiu 14 mil votos a favor.
A funkeira Anitta está entre os artistas que se manifestaram contrários à proposta. Pelo Twitter ela escreveu: ''Se o conteúdo das letras ou das festas não agradam é porque cresceram vendo e vivendo aquilo que cantam. Deem acesso a outros assuntos e cantarão sobre eles. Traduzirão as músicas de outros idiomas pra proibir as que não tem mensagens que agradam aos cultos ou é só uma discriminação mais direcionada?''