Mineira de Caratinga, a pianista Simone Leitão se apresenta em casas importantes do Brasil, Estados Unidos e Europa.
No programa, a Partita nº 2, de Bach, Une barque sur l’ocean, de Ravel, Chacone em ré menor, de Johann Sebastian Bach e Ferruccio Busoni e Piano sonata nº 1, do argentino Alberto Ginastera. “Estou muito contente de estar em Belo Horizonte. Por onde vou, falo do meu amor pelas alterosas e pelo povo de Minas Gerais. No entanto, toco pouco aqui. Gostaria de me apresentar mais.”
Simone explica que o carro-chefe do recital é a Partita nº 2, de Bach, um de seus compositores preferidos e autor das composições às quais se dedica no CD.
A pianista revela o projeto de gravar CDs com grandes compositores a cada dois anos até 2023. Entre os escolhidos para serem interpretados por ela estão Heitor Villa Lobos (1887-1959), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Maurice Ravel (1875-1937). “Gostaria que fosse possível gravar um compositor por ano, mas é um repertório que requer maturidade, portanto preciso de mais tempo entre um e outro”, afirma.
Simone fez doutorado em piano, performance e história da música na Universidade de Miami, onde, posteriormente, integrou o corpo docente. Uma das mais atuantes pianistas brasileiras do presente, realiza recitais anuais no Carnegie Hall, em Nova York, na Sala São Paulo e na Sala Cecília Meireles. Acaba de participar da 56ª Temporada de Música de Câmara de Pistoia, um tradicional festival na Toscana. Já tem prevista turnê na Itália, Dinamarca, Rússia e Inglaterra. “A carreira de pianista é algo difícil de planejar. A minha ocorreu de forma natural e orgânica”, afirma.
A pianista é criadora e diretora artística da Semana Internacional de Música de Câmara do Rio de Janeiro, único festival da categoria no Brasil, e da Academia Jovem Concertante, orquestra jovem itinerante, que viaja o Brasil descobrindo talentos e impulsionando jovens músicos no mercado de trabalho.“Resolvi voltar ao Brasil para criar o festival de música de câmara no Rio de Janeiro.”
Simone diz que a música clássica por natureza é mais distante do grande público. No entanto, considera ser um mito a ideia de que brasileiros não gostam de música clássica. “O brasileiro sempre foi ‘pianólatra’, uma palavra que inventei para dizer o quanto gostam do piano”, brinca. Mas reconhece que é um instrumento que as pessoas têm menos acesso em comparação a outros de uma orquestra, como o violino, flauta ou violoncelo, por exemplo.
O contato maior com esses instrumentos, como ela pontua, dá-se pelo fato de serem mais versáteis do que o piano, que, ademais, é caro para ser adquirido. Em sua avaliação, é preciso investir em programas para a realização de recitais dedicados ao piano. Segundo ela, no Brasil, há momentos de maior furor e outros de recolhimento.
Concertos Teatro Bradesco
Simone Leitão, piano. Hoje (20), às 20h30 no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia). Vendas na bilheteria do teatro ou pelo site www.compreingressos.com..