“Não é muito comum levar três anos e meio num trabalho. Há aquele desejo de urgência de lançá-lo o mais rápido possível, mas aí você lança e, quando começa a ouvi-lo, pensa que poderia ter feito diferente. Quando você dedica o máximo possível a um trabalho, demora mais para encontrar os defeitos”, argumenta Thiago.
A ideia de gravar o disco surgiu no fim de 2013, quando ele voltou a Belo Horizonte depois de morar em São Paulo e se dedicar à banda In Box, voltada para o público jovem. O grupo, que tocava na cena underground e em grandes eventos, suspendeu temporariamente as atividades. Thiago, então, resolveu apostar na carreira solo. Um dos incentivos veio do pai, o pianista José Namen. “Ele me disse: ‘Como você compõe desde novo, deveria investir no seu trabalho’”, relembra.
Namen e Marcelinho Guerra produziram o álbum, que conta com as participações de Nelson Faria (guitarra), Felipe Continentino (bateria), Frederico Heliodoro (baixo), Marco Lobo (percussão) e Aloízio Horta (baixo), além do próprio Namen (arranjos e piano) e as cantoras Mariana Nunes e Jéssica Lima.
A faixa-título Venha traduz o espírito do CD, um convite do artista para que o ouvinte mergulhe no trabalho.
Nos arranjos, Thiago dialoga com elementos do jazz, pop, rock e da MPB. As composições resultam do período de recolhimento pelo qual passou. “As letras nascem de um momento de muita introspecção. Estava muito calado e sozinho, questionando as coisas. Era como se a vida estivesse passando no piloto automático, quando de repente você toma uma porrada. As composições me ajudaram a passar por uma fase difícil.”
Nesse período, ele ouviu os discos A página do relâmpago elétrico, de Beto Guedes, e Clube da Esquina 2, de Milton Nascimento e parceiros. Outra referência do jovem
“A In Box tocava pop rock. Quando pensei em fazer o meu projeto MPB, Lenine foi uma influência importante por ser um som moderno, muito elegante. Ouvi-lo me motivou”, conclui.
VENHA
Lançamento do disco de Thiago Rabello. Amanhã, às 23h.