“É um convite às pessoas para entrarem no meu mundo musical e perceber a cantora, a mulher, a artista que me tornei ao longo destes 17 anos de estrada, de concertos e palcos”, diz. Ela ressalta que a ideia de “mundo”, que dá título ao álbum e à turnê, não está estritamente relacionada aos deslocamentos, mas ao que ela se tornou. “Não é ‘mundo’ pelas viagens, mas sim ‘mundo’ por tudo aquilo em que eu me transformei como ser humano.”
A relação dos portugueses com o mar é bastante íntima, desde as grandes navegações, passando pela literatura ou culinária, e também está presente no trabalho de Mariza. A fadista recorda que teve que atravessar oceanos para chegar ao país dos descobridores. Embora tenha sido criada em Portugal, ela nasceu em Moçambique.
Mundo, sexto álbum de estúdio de Mariza, contou com a produção de Javier Limón. “Trabalhar com Javiér é maravilhoso. Nós nos entendemos muito bem”, diz ela sobre o produtor, que a acompanhou em dois discos e com quem pretende manter a parceria para o próximo.
A cantora ficou cinco anos sem gravar e sem fazer apresentações, num processo que ela define como de introspecção. “Foi superimportante, porque me ajudou imensamente a criar, a perceber a maturidade onde tinha chegado e a perceber o que queria fazer dentro da música.” O recolhimento foi essencial para que sua personalidade pudesse marcar o fado que faz. “De vez em quando, temos de ‘assentar arraiais’ e tentar perceber dentro da nossa consciência, do nosso eu o que realmente nos faz felizes e o que procuramos”, afirma.
Mariza se recorda com carinho da apresentação que fez com Milton Nascimento no Palácio das Artes. “Um concerto lindo, maravilhoso, casa cheia, foi fantástico e adorei cada minuto, cada segundo. Voltar vai ser um reviver de memórias de gente que aprecia e gosta de ouvir boa música e que gosta de fazer a festa com um bom concerto”, conclui. Ela também já dividiu o palco com Alcione, Roberta Sá e Daniela Mercury, mas revela que, dos cantores brasileiros, Roberto Carlos é o seu preferido.
Mundo
Show de Mariza, domingo (21), às 19h, no Grande Teatro do Palácio das Artes. Ingressos: Plateia 1: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia); Plateia 2 R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia); e Plateia 3 R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia). .