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Não demorou muito para que Badauí e sua trupe se destacassem e, a partir dali, alcançassem o estrelato. No recém-lançado "Suor e Sacrifício", a banda trouxe de volta esse sentimento nostálgico. Ao melhor estilo de "A Alguns Quilômetros de Lugar Nenhum", o CPM 22 buscou em suas raízes a fórmula do sucesso. "Acho legal essa associação. Mostra que a nossa essência continua a mesma, embora isso não tenha sido pensado", afirma Japinha. "Nosso último disco de estúdio tinha bastante coisa de ska. Desta vez, portanto, queríamos fazer o bom e velho punk-rock melódico. Em nenhum momento, todavia, queríamos fazer alusão a 'A Alguns Quilômetros de Lugar Nenhum'. Foi algo totalmente involuntário", complementa Badauí.
Embora a banda não tenha premeditado tal "resgate", fica difícil não comparar os dois momentos. Tudo em "Suor e Sacrifício" faz lembrar "A Alguns Quilômetros de Lugar Nenhum": dos riffs intensos à velocidade frenética, passando até mesmo pelas letras bem construídas do disco.
Quem cresceu ouvindo a banda, com certeza vai se identificar com canções como "Linha de Frente", "A Esperança Não Morreu" e "Combustível". Em "Honrar Seu Nome", Badauí presta sua homenagem ao pai, que morreu no ano passado. "As letras no CPM sempre foram verdadeiras. São coisas que a gente, de alguma forma, viveu, sabe? No máximo, contamos coisas que aconteceram com pessoas que estão à nossa volta. Ninguém nunca vai olhar para uma composição do CPM e achar que inventamos aquilo. Muito coisa aconteceu nos últimos tempos: familiares que morreram, filhos que nasceram e casamentos que se desfizeram. Tudo isso reflete. Se eu escrever alguma coisa que não seja verdadeira, o Badauí vai ser a primeira pessoa a reconhecer isso", conta ainda Luciano.
O novo disco traz ainda uma parceria interessante. Em "Never Going to be the Same", composta por Japinha, o vocalista da veterana banda norte-americana Face to Face, Trever Keith, participa da canção. Influenciados pelo grupo desde a adolescência, o CPM bebeu novamente de sua maior inspiração musical para trazer à tona algo que sempre esteve em seu DNA. "Já tinha rolado uma conversa prévia com ele na época do acústico, em 2013. Com certeza, o Face to Face é a maior influência do CPM. O Trever falou para a gente mandar a base que ele ia escrever uma letra. Ele fez também a melodia de voz. Todo mundo afirma que o CPM é o Face to Face brasileiro. Quando ele mostrou a composição, nós adoramos. A molecada que sabe das nossas inspirações ficou de cara com a situação", afirma também Badauí.
Inspiração política
Para Badauí, o momento político atual do Brasil também está refletido no novo trabalho. Segundo ele, o sentimento de contestação surgiu de forma natural e involuntária em meio à crise. "O brasileiro é um povo maltratado. Um país que arrecada o que arrecada de imposto não pode tratar o povo dessa maneira. A população não merece isso. Não podemos perder a simplicidade do nosso punk-rock, o nosso jeito de dizer as coisas. O discurso não deve ser obrigatório. Você precisa sentir isso. A indignação não pode ser sentida por modismo. Isso, na verdade, precisa ser natural", conclui o frontman do CPM 22. As informações são do jornal