Uma das grandes revelações do folk contemporâneo, o jovem cantor Jake Bugg, de 23 anos, desembarcou no Brasil na última quinta-feira, 09, para uma série de três apresentações que acontecem em São Paulo, Rio de Janeio e Belo Horizonte. Na bagagem, ele traz três álbuns e se consagra em meio ao público adolescente brasileiro, com sua terceira vinda ao país.
A primeira aconteceu em 2014, quando Jake foi uma das atrações principais do Festival Lollapalooza Brasil, que aconteceu em abril daquele ano, em São Paulo. Apesar de apático, o show do jovem passou longe de ser ruim. Em uma hora de show, ele conseguiu a proeza de tocar 17 músicas, emendada uma na outra e ainda incluiu uma versão de My, my, hey, hey, de Neil Young.
Em novembro, retornou para fazer shows solos em Porto Alegre, São Paulo e Rio. Os hábitos dele continuaram os mesmos. O britânico não faz questão de 'mimar' o público brasileiro, habituado a frases em português, declarações emocionadas ou poses com bandeiras. Ele apenas agradece, quando muito inclui um ''very much'' em seu ''thank you'', mas mesmo assim suas apresentações ao vivo continuam impecáveis.
Para esta pequena turnê brasileira ele deve percorrer os três álbuns de sua carreira, Jake Bugg (2012), Shangri-la (2013) e On my one (2016), sem deixar de cantar os grandes hits como Two fingers, Lightning bolt, A song about love e Seen it all.
A sonoridade das canções, inclusive, é seu grande trunfo. Com letras que contam crônicas adolescentes, conforme ele aprendeu com os grandes nomes do folk como Young, Dylan e Cash, em músicas que inflamam seu violão de cordas de nylon. Mas o repertório também vai reservar um momento especial para as músicas mais lentas como Broken e Simple pleasures.
Esta será a primeira vez do cantor britânico em Belo Horizonte. O show é promovido pelos fãs, por meio da plataforma Queremos!, e vai acontecer na noite do próximo sábado, 11, no Music Hall.
ON MY ONE
Ousado, porém pouco aclamado, o terceiro álbum de Jake Bugg, On my one, lançado em junho de 2016, explora novos gêneros e estilos, mas não foi tão bem recebido pela crítica.
O site especializado em música Pitchfork deu nota 3 de 10 para o disco e ainda declarou: ''On my one é precisamente o tipo de erro que as estrelas pop fazem quando pensam que são mais inteligentes que o sistema''. No site Metacritic, que reúne crtíticas e computa 'pontos' de acordo com o teor da avaliação, o disco recebeu a nota 59 de 100. Para se ter uma noção, Jake Bugg marcou 80 enquanto Shangri-la atingiu 66.
Apesar disso, o disco apresenta um grande mérito: é multifacetado. Seus dois primeiros discos são monocromáticos. Já no terceiro, o cantor e compositor assumiu novos riscos. Gimmie the love, por exemplo, apresenta frases rápidas e ritmo pulsante, em um rock que relembra Red hot chilli peppers e The black keys, bem como Love, hope and misery, um blues crescente sobre uma história de amor . Já Never wanna dance soa como se o Oasis se aventurasse pela psicodelia. Uma coisa é fato, em On my one, Bugg deixou de lado suas referências folk dos anos 1960 e entrou em uma nova era.
JAKE BUGG EM BH
Sábado, 11 de março de 2017, às 21h.
Music Hall, Av. do Contorno, 3239.
Ingressos de R$ 120 (meia) a R$ 240 (inteira). Lote limitado para usuários da Queremos! por R$ 100.
Vendas online pelo link.
Classificação: 18 anos (de 14 à 17 anos, somente acompado do responsável).