A música de Dokttor Bhu e Shabê é marcada por rimas rápidas, já conhecidas de quem frequenta o evento de hip-hop realizado sob o Viaduto Santa Tereza, no Centro. O trabalho dos dois traz a influência do funk e do soul dos anos 1970, com instrumentos de sopro, guitarras e toques de psicodelia. “Essa música pede que a gente dance”, avisa – e convida – Dokttor Bhu.
O show leva o nome do álbum de estreia da dupla, lançado em 2013. O repertório será tocado na íntegra. O neologismo, criado por Shabê, une as palavras "conglomerado" e "mano", lembrando as parcerias dos dois com Tom Nascimento, Radical Tee e Roger Deff (da banda Julgamento), entre outros. Shabê conta que muitos artistas e linguagens o influenciaram
ELIS Dokttor Bhu usa diversos samples nas produções da dupla. Ainda somos os mesmos, por exemplo, começa com o famoso verso da canção Como nossos pais na voz da própria Elis Regina – a sonoridade remete aos discos de vinil. Admirador da versatilidade de Elis, Dokttor brinca: “A única coisa que ela não cantou foi rap”. No show, quem dá voz aos versos de Belchior é Michelle Oliveira, da banda Cromossomo Africano. Em Contraplano, composta para o curta-metragem homônimo dirigido por Leonardo Good God (exibido na Short film corner, mostra paralela do Festival de Cannes em 2016), Dokttor recupera falas do poeta e jornalista Ivan Junqueira gravadas no show O banquete dos mendigos.
Organizado por Jards Macalé, esse evento foi realizado em 1973, durante a ditadura militar, com participação de Milton Nascimento e Chico Buarque. Junqueira lê o artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos e avisa: “O futuro deste documento pertence a vocês, jovens”
DOKKTOR BHU E SHABÊ
CCBB. Praça da Liberdade, 450, Funcionários, (31) 3431-9400. Sábado (11/2), às 17h. Gravação do DVD Conglomano. Entrada franca. Retirada de ingressos a partir das 15h.