Clarice Falcão é atriz, cantora, compositora, roteirista, humorista, instrumentista. Pela diversidade de ofícios, é natural que a agenda da artista de 27 anos seja bastante movimentada. Tanto é que ela decidiu dar entrevista ao Estado de Minas somente por e-mail. Estava atribulada com os ensaios da turnê de seu segundo disco, Problema meu – que tem apresentação única amanhã em BH – e com as gravações de um projeto que preferiu não revelar.
A banda que acompanha a filha de Adriana e João Falcão no show no Grande Teatro do Cine Theatro Brasil Vallourec é formada por baixo, bateria, guitarra e teclados/programação. A direção artística da turnê é realizada por um coletivo de mulheres formado pela designer Julia Liberati, pela figurinista Elisa Faulhaber, pela empresária Michelly Mury e pela própria Clarice, com a supervisão do jornalista e produtor musical Marcus Preto. Sobre a apresentação na capital mineira, ela diz: “Fevereiro é o mês do carnaval, então é minha época favorita do ano. Minha vontade é fazer um show menos certinho e mais anárquico, como o carnaval é para mim”.
Ao contrário do primeiro trabalho, Monomania (2013), que focava em praticamente um só tema, como o próprio nome sugere, Problema meu transita por vários gêneros musicais e assuntos. “O primeiro era um disco que falava sobre o papel idiota que a gente faz quando está apaixonada. Falava sobre obsessão. Então, ele é todo bem obsessivo (até na sonoridade, uma música parece quase a continuação da outra). Problema meu é mais variado, tem um pouco de tudo. Uma hora o eu lírico está por cima, outra hora por baixo. Fala sobre amor, vingança, telemarketing, renascença. E, sonoramente, cada música tem uma viagem diferente”, analisa.
Lançado no começo de 2016, o CD foi produzido por Kassin e traz 14 faixas, sendo 11 autorais. A artista diz que, quando vai criar uma canção, procura não contar histórias que já tenha ouvido antes – ou pelo menos não do mesmo jeito que já tenha ouvido. “Quando termino uma letra e sinto que aquilo não traz nada de novo, jogo no lixo. Se já existe uma coisa igual, vai servir para quê? Prefiro fazer uma coisa diferente que não agrade a todo mundo a ir pelo caminho seguro”, afirma.
O disco conta ainda com Banho de piscina, assinada por João Falcão, pai de Clarice; A volta do mecenas, do jovem compositor Matheus Torreão, e uma versão balada do hit electropop L’Amour toujours (I’ll fly with you), sucesso do DJ italiano Gigi d’Agostino.
Entre as músicas compostas por Clarice Falcão está Eu escolhi você, que ganhou um rumoroso clipe lançado no YouTube. O vídeo, que apresenta genitálias femininas e masculinas ‘decoradas’ com acessórios carnavalescos, causou rebuliço na internet assim que foi lançado, em dezembro passado, e acabou sendo retirando do ar pela plataforma. Clarice, que se tornou conhecida com o canal de humor Porta dos Fundos, conta que a ideia inicial para o clipe era outra e envolvia uma estrutura com direito a drone, trilho, assistente de câmera, cenógrafa, diretor de fotografia, figurinista. Mas os altos custos acabaram mudando seus planos.
“Eu mesma pago as coisas que faço – CDs, clipes, montagem dos shows. E o orçamento começou a sair do controle. Um dia, sonhei com essa ideia. Achei que fazia sentido, porque a música fala das opções românticas da vida de alguém. Seria fazer uma sinédoque (figura de linguagem caracterizada pela substituição de um termo por outro), ou seja, a parte representando o todo. Contei essa ideia para os meus amigos e eles, malucos, se animaram. Acho que a repercussão rolou porque as pessoas não estão acostumadas a ver nudez num contexto divertido, não-sexual”, opina.
Censura Apesar da censura, em alguns lugares é possível acessar o vídeo, que tem classificação indicativa de 18 anos, como no site da artista (www.claricefalcao.com.br). Na época, com todo o bafafá, Clarice chegou a postar em sua conta no Twitter que não sabia o que era mais chocante – pessoas terem genitais ou pessoas terem ódio de genitais.”Minha intenção não foi chocar ou fazer um clipe de cunho político. Eu sabia que ia causar algum rebuliço, obviamente, mas nunca chocar – ainda mais nesse nível. Inclusive, eu mesma estou chocada por as pessoas terem se chocado dessa forma: com o fato de outras pessoas terem genitais. Eu achava que isso já era uma informação dada”, afirma.
Controvérsias à parte, ela segue sua rotina e revela que em 2017 quer tentar unir um pouco de tudo o que faz. “Passei dois anos focando na carreira de atriz/roteirista e dois anos focando na carreira de cantora/compositora. Minha vontade em 2017 é juntar as duas coisas. Espero que dê certo!”
Problema meu
Show de Clarice Falcão. Amanhã, às 20h30, no Grande Teatro do Cine Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro). Ingressos: Plateia 1: R$ 130 (inteira) e R$ 65 (meia). PLATEIA 2: R$ 110 (inteira) e R$ 55 (meia), à venda na bilheteria do teatro e pelo site www.compreingressos.com. Mais informações: (31) 3201-5211.
A banda que acompanha a filha de Adriana e João Falcão no show no Grande Teatro do Cine Theatro Brasil Vallourec é formada por baixo, bateria, guitarra e teclados/programação. A direção artística da turnê é realizada por um coletivo de mulheres formado pela designer Julia Liberati, pela figurinista Elisa Faulhaber, pela empresária Michelly Mury e pela própria Clarice, com a supervisão do jornalista e produtor musical Marcus Preto. Sobre a apresentação na capital mineira, ela diz: “Fevereiro é o mês do carnaval, então é minha época favorita do ano. Minha vontade é fazer um show menos certinho e mais anárquico, como o carnaval é para mim”.
Ao contrário do primeiro trabalho, Monomania (2013), que focava em praticamente um só tema, como o próprio nome sugere, Problema meu transita por vários gêneros musicais e assuntos. “O primeiro era um disco que falava sobre o papel idiota que a gente faz quando está apaixonada. Falava sobre obsessão. Então, ele é todo bem obsessivo (até na sonoridade, uma música parece quase a continuação da outra). Problema meu é mais variado, tem um pouco de tudo. Uma hora o eu lírico está por cima, outra hora por baixo. Fala sobre amor, vingança, telemarketing, renascença. E, sonoramente, cada música tem uma viagem diferente”, analisa.
Lançado no começo de 2016, o CD foi produzido por Kassin e traz 14 faixas, sendo 11 autorais. A artista diz que, quando vai criar uma canção, procura não contar histórias que já tenha ouvido antes – ou pelo menos não do mesmo jeito que já tenha ouvido. “Quando termino uma letra e sinto que aquilo não traz nada de novo, jogo no lixo. Se já existe uma coisa igual, vai servir para quê? Prefiro fazer uma coisa diferente que não agrade a todo mundo a ir pelo caminho seguro”, afirma.
O disco conta ainda com Banho de piscina, assinada por João Falcão, pai de Clarice; A volta do mecenas, do jovem compositor Matheus Torreão, e uma versão balada do hit electropop L’Amour toujours (I’ll fly with you), sucesso do DJ italiano Gigi d’Agostino.
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“Eu mesma pago as coisas que faço – CDs, clipes, montagem dos shows. E o orçamento começou a sair do controle. Um dia, sonhei com essa ideia. Achei que fazia sentido, porque a música fala das opções românticas da vida de alguém. Seria fazer uma sinédoque (figura de linguagem caracterizada pela substituição de um termo por outro), ou seja, a parte representando o todo. Contei essa ideia para os meus amigos e eles, malucos, se animaram. Acho que a repercussão rolou porque as pessoas não estão acostumadas a ver nudez num contexto divertido, não-sexual”, opina.
Censura Apesar da censura, em alguns lugares é possível acessar o vídeo, que tem classificação indicativa de 18 anos, como no site da artista (www.claricefalcao.com.br). Na época, com todo o bafafá, Clarice chegou a postar em sua conta no Twitter que não sabia o que era mais chocante – pessoas terem genitais ou pessoas terem ódio de genitais.”Minha intenção não foi chocar ou fazer um clipe de cunho político. Eu sabia que ia causar algum rebuliço, obviamente, mas nunca chocar – ainda mais nesse nível. Inclusive, eu mesma estou chocada por as pessoas terem se chocado dessa forma: com o fato de outras pessoas terem genitais. Eu achava que isso já era uma informação dada”, afirma.
Controvérsias à parte, ela segue sua rotina e revela que em 2017 quer tentar unir um pouco de tudo o que faz. “Passei dois anos focando na carreira de atriz/roteirista e dois anos focando na carreira de cantora/compositora. Minha vontade em 2017 é juntar as duas coisas. Espero que dê certo!”
Problema meu
Show de Clarice Falcão. Amanhã, às 20h30, no Grande Teatro do Cine Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro). Ingressos: Plateia 1: R$ 130 (inteira) e R$ 65 (meia). PLATEIA 2: R$ 110 (inteira) e R$ 55 (meia), à venda na bilheteria do teatro e pelo site www.compreingressos.com. Mais informações: (31) 3201-5211.