Solange Almeida fala sobre DVD solo, o primeiro após a saída do Aviões
"É comum haver desentendimento numa separação, mas entre a gente foi o contrário porque foi planejado e com responsabilidade", contou a cantora, que mantém amizade com Xand
Há algum tempo que surgem especulações de que a cantora Solange Almeida deixaria o grupo Aviões do Forró, do qual ela faz parte há 14 anos. No entanto, ela sempre negou. Em dezembro do ano passado, a artista finalmente se rendeu e anunciou a saída da banda. Ela cumprirá a agenda até o fim de fevereiro e, depois, segue em projeto solo. Mas, antes, em 8 de fevereiro grava o primeiro trabalho no Citibank Hall, em São Paulo, intitulado Sentimento de mulher e que tem a faixa Duas e 23 como o primeiro single.
A principal motivação da saída de Solange do Aviões do Forró foi a chegada dos 30 anos de carreira. Apesar de estar há 14 no grupo, a cantora passou por outras bandas ao longo da trajetória, como Doce Mania e Caviar com Rapadura. Sol queria comemorar a marca e há três anos pensava na concepção de um DVD para celebrar a data.
“A vontade de fazer tudo do meu jeito foi um dos grandes motivos. E tudo aconteceu num processo natural. Para gravar o DVD de 30 anos de carreira, acabei tomando gosto pelas decisões e pela gestão, e como no Aviões do Forró eu nunca me aprofundei na administração, mesmo sendo sócia, eu era apenas a cantora, conheci esse mundo fantástico”, conta ao Correio.
Sem briga
Diferentemente da maioria das saídas de vocalistas, a artista diz que não houve nenhuma briga com Xand, mesmo assim, a internet foi a loucura quando foi anunciado que o músico Riquelme também deixaria o grupo para seguir com Solange. “Tanto os sócios do Aviões quanto os meninos da banda apoiaram minha decisão. Nenhum foi contra, a não ser perguntar se eu realmente estava preparada”, explica.
Inclusive, Solange afirma que Xand percebeu a mudança antes mesmo do anúncio. “A gente tem muito isso de sentir o que o outro está passando. É comum haver desentendimento numa separação, mas entre a gente foi o contrário porque foi planejado e com responsabilidade”, completa. Um sinal disso é de que o futuro ex-companheiro da banda estará na gravação do DVD solo da cantora.
O último show oficial de Solange com o Aviões do Forró está marcado para 28 de fevereiro, em Luís Correia, litoral do Piauí. “Até lá, teremos mais de 30 shows que os fãs batizaram de “a última turnê do Aviões com a Sol”. A capital federal receberá uma apresentação “dessa turnê”. O Aviões se apresenta em 26 de fevereiro no projeto Carnaval no Parque, no Parque da Cidade.
Gravação
Além de Xand, Solange Almeida receberá em seu DVD outras quatro participações especiais. Destas, apenas Anitta e Ivete Sangalo foram anunciadas. O restante será revelado ao longo do mês de janeiro. “Anitta é diva padrão internacional. Vetinha (Ivete Sangalo) é de suma importância na minha vida pessoal e profissional. Ela foi uma das primeiras convidadas e topou na hora. Xand não poderia ficar de fora porque teremos esse elo de amor para sempre”, revela. O material terá direção musical de Laércio da Costa e direção de vídeo de Fernando Trevisan Catatau.
Se no Aviões do Forró, Solange Almeida cantava, principalmente, faixas mais animadas, na carreira solo o público pode esperar uma mudança de direcionamento. A começar pela divulgação da primeira faixa Duas e 23, caracterizada por ser mais romântica. “O público pode esperar uma nova Sol. Quero passear por vários gêneros musicais, mas preservando minha identidade que é o forró. Também optei por ser mais ativa, ser cantora e gestora na mesma proporção. Agora quero participar de tudo”, conta.
Três perguntas / Solange Almeida
O Aviões do Forró teve uma importância essencial para a disseminação do ritmo pelo Brasil. Como foi ver essa mudança?
O forró é um gênero musical universal e muita gente não queria aceitar isso. Hoje a realidade é outra. Ao fazer o balanço desses quase 15 anos, bate aquela vaidade por saber que nós colaboramos para o crescimento do ritmo. Nós fomos pioneiros em muita coisa e com o passar do tempo pudemos acompanhar a descentralização, assim como no samba, no pagode, no axé e até mesmo no sertanejo. Com todo respeito aos eternos precursores Luiz Gonzaga, e, depois, o Mastruz com Leite, mas o forró deixou de ser um ritmo tipicamente nordestino para somar ao que há de mais moderno, prova disso são os grandes nomes que estão acontecendo Brasil afora.
Quais são suas expectativas e possíveis medos em torno da carreira solo? Hoje estou mais tranquila e me sinto preparada. Todo artista sonha em ser dono da própria carreira e cuidar da própria agenda. Acho que “medo” é uma palavra negativa, por isso resolvi percorrer pelos caminhos do “vai dá certo!”.
Vivemos um momento de força e empoderamento feminino na música nacional. Isso também se refletirá em sua carreira solo? Claro, agora é que são elas. O nosso meio em termo de gênero é um pouco machista, e nos últimos dois anos a mulherada está aí acontecendo e fazendo valer mais do que nunca.