O álbum começou bem nas paradas e chegou, nesta semana, ao topo da Billboard, superando discos de Bruno Mars e Miranda Lambert. Décimo trabalho de estúdio do Metallica, Hardwired… to self-destruct vendeu 282 mil cópias, 34 mil músicas avulsas e foi ouvido 9,3 milhões de vezes por streaming até agora.
Segundo a Billboard, o lançamento da banda de trash metal, sobretudo pela venda de mídias físicas, foi a terceira maior estreia do ano, atrás apenas de Views, de Drake, e de Lemonade, de Beyoncé.
Em Hardwired… to self-destruct, o Metallica volta com peso e agressividade aos riffs de guitarra e às canções longas, como nos bons tempos. Nas letras, estão presentes as relações humanas, a tecnologia e um pessimismo contundente.
Se as letras ainda trazem pessimismo e o som remete aos tempos mais agressivos da banda, o clima entre os membros e a relação deles com o mundo mudou. "James certamente reconhece que carrega um monte de coisas dentro dele. Mas eu acho que ainda é possível fazer música enérgica, thrash sem necessariamente ter que andar por aí sendo irritado, mal-humorado ou visto como pessoas escuras…", disse também o baterista Lars Ulrich, que divide muitas das composições com Hetfield, ao jornal americano.
Colapso?
O Metallica, de fato, chegou perto do colapso. Os integrantes da banda precisaram passar por reabilitação e terapia de grupo para manter a sanidade e conseguir permanecer juntos. O processo todo foi registrado no filme Metallica: Some kind of monster (2004). O baterista conta que agora a banda é secundária às famílias, às necessidades internas e às tentativas de manter a sanidade de todos. “Temos todo um modo de fazer as coisas que pode não ser o mais eficiente se as pessoas estão contando os dias até o próximo disco. Mas em termos de manter a banda sã e a saúde coletiva, é um modelo que funciona", revela.
Sobre o passado, ele diz que a banda errou em, muitas vezes, ter pressa demais para provar o que eram e para disfarçar certas impressões das pessoas sobre o grupo. "Nós estávamos com tanta pressa para avançar, e com tanta pressa para se afastar de certas percepções sobre nós, que seguimos perseguindo algo de que realmente não precisávamos”, lembra.
Os conflitos ainda acontecem, eles confessam, mas estão longe de ter a dimensão de antes. A duração das canções e do disco, por exemplo, foram um ponto em que Hetfield e Ulrich discordaram.
"Não é que Lars quisesse canções mais longas, mas é difícil para ele cortar qualquer coisa para baixo.