Nesta sexta-feira, o primeiro concerto realizado pela Orquestra Opus completa exatos 10 anos e quatro dias. Em 2016, o grupo desenvolveu projeto em que divide o palco com importantes nomes da MPB. Hoje, porém, o desafio será maior: rearranjar o soul de Sandra de Sá para coexistir com a música orquestral.
O páreo, no entanto, não será tão difícil para o maestro Leonardo Cunha, que criou a Opus com o propósito de popularizar o repertório erudito. ''Nossa ideia é mostrar que orquestra e música clássica não são bicho de sete cabeças'', afirma. Em seus primeiros anos, a Opus circulou por cidades pequenas que nunca haviam recebido esse tipo de apresentação. ''A gente quer mostrar para esse público que a música clássica existe. A partir disso, as pessoas podem decidir se gostam ou não'', pondera.
Orquestras de câmara têm menos músicos e instrumentos do que as sinfônicas e filarmônicas. No caso de hoje, cordas, sopros e percussão da Opus vão incorporar o suingue performado pela guitarra elétrica, pelo baixo e por metais presentes nas músicas de Sandra de Sá. O maestro se dedicou a um processo de pesquisa imersiva para dar nova interpretação às canções.
saiba mais
Flávio Renegado faz festa com entrada franca para lançar o disco 'Outono selvagem'
Edgard Scandurra e Nasi trazem a versão folk do Ira! a BH
Lançamento do novo disco de Karol Conka é adiado
TV Cultura retira música de Chico Buarque da abertura do 'Roda viva'
Morte de Freddie Mercury completa 25 anos
''Durante o processo de criação, procurei beber bastante na fonte da black music e trazê-la para dentro da orquestra, mas com leveza'', explica Cunha. O repertório reunirá canções emblemáticas da carreira de Sandra, como Olhos coloridos, Joga fora, Retratos e canções, Bye bye tristeza e Dia de domingo.
Esta é uma chance para conhecer o trabalho da Opus. ''Tenho certeza de que grande parte das pessoas vem ver a Sandra, mas a gente espera que elas fiquem encantadas com a orquestra e, quem sabe, passem a acompanhar as nossas apresentações'', afirma o maestro.
DERICO
A Sandra junta-se o saxofonista Derico Sciotti, do Programa do Jô, parceiro da Opus há nove anos. Derico foi essencial para que a cantora aceitasse a parceria. ''Ele deu a ideia do convite. Os dois estão superempolgados'', conclui Cunha.
ORQUESTRA OPUS CONVIDA
Com Sandra de Sá e Derico Sciotti. Cine Theatro Brasil Vallourec, Praça Sete, Centro.
Hoje, às 21h. Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).