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Com uma legião de fãs, Joelma grava 'Avante', seu primeiro DVD solo

Pouco mais de um ano após o término do casamento com Chimbinha a cantora paraense irradia vitalidade, beleza e, principalmente, sucesso

Cecília Emiliana

Joelma grava seu primeiro DVD solo na casa de shows paulista Coração Sertanejo. - Foto: Fábio Nunes/Divulgação

 

''O divórcio faz bem à pele'', costumam concluir divorciados assim que terminam a travessia do ''olho do furacão'' de emoções inerente aos processos de separação. Alguns diriam que o viço da cútis se estende a outros setores da vida, como a carreira, por exemplo.

Joelma certamente se enquadra nesse último grupo. Pouco mais de um ano após o término do casamento de quase duas décadas com Chimbinha – com quem também dividia os palcos na extinta banda Calypso – a cantora paraense irradia vitalidade, beleza e, principalmente, sucesso.

Quem assistiu à gravação de seu primeiro DVD solo – não por acaso batizado de Avante – pôde constatar. No tablado da Coração Sertanejo, casa de shows paulista em que ela inaugurou a nova fase de sua trajetória em 10 de novembro, o que se via era uma bela mulher de 42 anos, no fim da convalescença dos escândalos protagonizados publicamente com o ex-marido, permeado por denúncias de violência doméstica, acusações mútuas de infidelidade, entre outros bafões. Pronta, porém, para se sentar no trono que os 1,3 mil fãs-devotos que lotaram a boate – amostra do séquito que ela arrasta pelo Brasil afora – lhe dão de muito bom grado: o de Cher brasileira.

 

''Cher, não! Meu título é o de Joelma!'', especifica uma das artistas nacionais mais amadas pelo público LGBT. O que ela talvez não saiba é que, nesse quesito, reina o público. Às divas, cabe ''divar''. O grau de majestade quem confere são sempre os súditos – e ''ai'' de quem tenta lhes dizer quem venerar, ou mesmo compreender seus cultos.

Em qual entendimento (ao menos racional), afinal, cabe o fato de que gays, lésbicas, e trangêneros e outras minorias afins escolheram para amar uma evangélica, dona das seguintes aspas, dadas ao jornalista Bruno Astuto no início de 2013: ''Tenho muitos fãs gays, mas a Bíblia diz que o casamento gay não é correto e sou contra.

Conheço muitas mães que sofrem por terem filhos gays. É como um drogado tentando se recuperar.''

 

Não há dúvidas, contudo, de que Joelma certamente reúne quase todos os poderes de uma verdadeira deusa do entretenimento popular: drama, brilho, carisma e, sobretudo, muito bate-cabelo – os elementos que de fato contam para arrastar multidões purpurinadas por aí.


Tais itens foram incluídos sem economia no DVD Avante, dirigido por Anselmo Troncoso – queridinho de fenômenos como os sertanejos Henrique & Julino, a banda Chiclete com Banana, entre outros estouros. Tudo isso em cima de um palco em forma de bota, fartamente iluminado por luzes de led, olimpo que ela dividiu com outras duas rainhas: Ivete Sangalo e Solange Almeida, da banda Aviões do Forró, amigas de longa data.


Quem é a Joelma que, agora, inicia carreira solo? O que há de novo sobre ela?
A mesma de sempre, mas bem mais segura de si, mais focada na vida, com os olhos para o interior. Hoje, posso ficar mais próxima da minha família, dos meus filhos, e estar no controle da minha carreira e do meu tempo.

A Calypso, sua antiga banda, tocava sempre ritmos ligados à sua origem nortista, sobretudo o ritmo calipso. É perceptível, nas faixas do seu DVD solo, uma pegada mais romântica e carregada no pop. É sua intenção fazer uma espécie de transição para um novo estilo – mirando, de repente, outro segmento de público ou de mercado?
Quis, sim, uma batida mais pop, letras mais românticas. Mas, se você perceber, não perdi o meu estilo, continuo mantendo meu ritmo, minhas batidas, as danças. Não posso perder minha originalidade. E sobre mirar um novo público, isso, de forma alguma. Meu público me escolheu, meu coração tem espaço para quem quiser chegar sempre, para essa troca de carinho, mas não quero substituir meus fãs jamais. Eles estão e vão comigo aonde eu estiver.

Em algum momento teve receio de que a carreira solo não emplacasse?
Não. Em nenhum momento. Tenho muita fé em Deus e sou destemida, estou vivendo uma fase segura e tendo tantos fãs, o público do meu lado, não teria como ser diferente.

No seu repertório, algumas canções parecem indiretas para o seu ex-marido, ou referências ao seu delicado processo de separação.

Impossível não associar Não teve amor e A página virou, por exemplo, à sua história amorosa recente. Procede?
Essas canções retratam a vida de muitas pessoas. Tento não ficar comparando só com uma experiência que vivi, mesmo porque tenho vivido tantas coisas maravilhosas.

Não teve amor, aliás, é uma das várias composições do seu repertório, em geral, assinadas por Marília Mendonça. O público pode esperar vocês duas no palco em breve?
Seria um imenso prazer. Adoro a Marília e ela tem sempre muito carinho por mim e pelos meus fãs.

Amor novo, faixa que você canta com Ivete Sangalo, é uma composição sua? Como ela foi parar no seu repertório?
A música é dos compositores Edu Luppa e Marquinho Maraial. Recebi no processo seletivo de repertório e já me imaginei cantando com Ivete. Deu tudo certinho.

No DVD, seus filhos cantam com você a música gospel O amor de Deus. Eles manifestam desejo de seguir carreira na música?
O Yago e a Natália, sim. Meu menino toca e adora instrumentos, sons. Natália gosta de cantar também, está seguindo os meus passos.
Já a Yasmim, eu a deixo livre pra ela ser o que quiser. Ela é nova e ainda não se manifestou.

Nos seus shows, gays, lésbicas, travestis, entre outros representantes da comunidade LGBT comparecem em peso. Isso de alguma forma é conflitante com a sua fé?
De maneira alguma. A minha fé é a fé que abraça o ser humano, todos, sem exceção.

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