Ídolos não morrem. Assim como Bob Marley, John Lennon, Raul Seixas e outros nomes da música, Renato Russo ultrapassou a barreira da finitude e ainda emociona milhões de fãs. Muitos deles nem tinham nascido em 11 de outubro de 1996, o dia em que o Brasil ficou sabendo que o vocalista da Legião Urbana tinha morrido por causa de complicações decorrentes da Aids.
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Se a vida de Renato Manfredini Junior terminou aos 36 anos em seu apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro, as criações de Renato Russo prosseguem no imaginário coletivo do país. Músicas que falam sobre desigualdade social e problemas econômicos – Que país é este, O teatro dos vampiros – continuam atuais. Como o próprio Renato Russo lembrou ao citar livro do austríaco Stefan Zweig na letra de 1965 (Duas tribos): o Brasil ainda é o país do futuro.
1. Disco póstumo
A contundência do blues La maison dieu e a dilaceração adolescente de Clarisse são os pontos altos de Uma outra estação, de 1997, único disco da Legião Urbana a incluir no encarte: In memoriam Renato Russo.
2. Caixa de CDs
Chega às lojas nos próximos dias a caixa Renato Russo completo, reunindo os discos solo do cantor. Como atrativo, uma gravação inédita da italiana Il mondo degli altri. “A gente conseguiu converter a música para o rock”, conta o tecladista Carlos Trilha, parceiro de Renato no disco Equilíbrio distante.
3. No cinema (1)
Em 2013, os filmes Somos tão jovens, de Antonio Carlos da Fontoura, e Faroeste caboclo, dirigido por René Sampaio, somaram mais de 3 milhões de espectadores. O mesmo diretor de Faroeste... prepara a adaptação de Eduardo e Monica.
4. No cinema (2)
O documentarista Vladimir Carvalho lançou em 2011 Rock Brasília – Era de ouro, com entrevista inédita de Renato e cenas do show mais conturbado da história da Legião, no estádio Mané Garrincha, em 1988.
5. Em exposição
Como ocorreu em 2004 no CCBB de Brasília, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) sediará de julho a setembro de 2017 uma grande exposição sobre Renato Russo.
6. Na imprensa
Em novembro de 2015, a capa do Estado de Minas construída a partir de trechos da letra de Que país é este viralizou: milhares de compartilhamentos no Facebook e um dos assuntos mais comentados do Twitter no mundo.
7. Nas livrarias (1)
Escritos durante temporada em clínica de reabilitação para dependentes químicos estão reunidos em Só por hoje e para sempre: diário do recomeço (2015). Outro livro, 42nd Street Band, com a trajetória de uma banda imaginada por Renato na adolescência, chega esta semana às livrarias.
8. Nas livrarias (2)
Em autobiografias, Fê Lemos (Levadas e quebradas, 2012) e Dado Villa-Lobos (Memórias de um legionário, 2015) relembraram passagens importantes do Aborto Elétrico, a primeira banda de Renato, e da Legião Urbana.
9. Outra morte
O baixista Renato Rocha, integrante da Legião até 1989, foi encontrado morto em fevereiro de 2015. Ele divide com Renato os créditos de músicas como Daniel na cova dos leões.
10. No palco (1)
Em 2012, o inglês Andy Gill, guitarrista do Gang of Four (uma das maiores influências da Legião), participou do show de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá exibido pela MTV. O vocalista foi um fã, Wagner Moura, alvo de críticas nas redes sociais.
11. No palco (2)
Dado e Bonfá, agora com o ator paulista André Frateschi nos vocais, iniciaram uma série de shows em 2015 para relembrar os 30 anos do disco Legião Urbana. A turnê segue até o fim deste ano.
12. Holograma
Em junho de 2013, a projeção do holograma de Renato interpretando Há tempos foi o momento mais comentado do concerto Renato Russo sinfônico, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
13. A morte de Renato
Renato Manfredini, o pai do cantor, morreu em 2004, aos 79 anos. Ele foi diretamente responsável pela formação intelectual do filho, a quem chamava de Júnior.
14. Nas ruas
Durante as manifestações de junho de 2013, versos de músicas da Legião, como Meninos e meninas, foram exibidos em cartazes de protestos nas ruas de São Paulo, Rio e BH.
15. Contra o fascismo
A radicalização do ambiente político brasileiro faz ressurgir via internet uma entrevista de Renato com críticas incisivas aos fascistas (“Sexistas, intolerantes e idiotas com ideologia”) e aos defensores da volta dos militares ao poder (“Será que nós esquecemos como é ruim não ter liberdade?”).
16. Outras vozes
Em 2010, o CD Duetos reuniu gravações de Renato com outros cantores, como Fernanda Takai (Like a lover) e Marisa Monte (Celeste). Marisa tem como um de seus discos favoritos O trovador solitário, como declarou em entrevista ao autor para a nova edição da biografia Renato Russo – o filho da revolução (Planeta): “É muito lindo, ele sozinho, em contato com a arte. Eu amo”.
17. Pré-história
Em 2005, o Capital Inicial gravou o repertório do Aborto Elétrico, primeira banda de Renato e dos irmãos Fê e Flávio Lemos. “Renato foi, ao mesmo tempo, nosso carrasco e salvador. Sua sombra era muito opressora: só a morte dele libertou a gente”, declarou Dinho Ouro Preto, pouco tempo depois do falecimento do amigo.
18. Nas novelas
Monte Castelo, do disco As quatro estações, foi ouvida recentemente na trilha de Velho Chico. A primeira música da Legião utilizada em novela foi Meninos e meninas, que apareceu em 1990 em Rainha da sucata.
19. No teatro
O ator Bruce Gomlevsky volta em breve aos palcos com o monólogo musical Renato Russo, que recria cenas da vida do cantor e causa comoção nos fãs.
20. Tributo novo
Está disponível em streaming o tributo Viva Renato Russo 20 anos, com artistas e bandas novas regravando músicas de Renato a convite da Legião Urbana Produções Artísticas, produtora administrada por Giuliano Manfredini, filho do cantor. Entre os destaques, Supercordas (Metrópole), Selvagens à Procura de Lei (Geração coca-cola) e Plutão Já Foi Planeta (Por enquanto).