Cinco Grammys no álbum de estreia e um Oscar logo depois. O início da carreira do cantor e compositor norte-americano Christopher Cross não poderia ter sido melhor.
O problema reside justamente aí. As canções premiadas e populares de sua discografia residem na virada da década de 1980. O sucesso daquele primeiro momento não mais se repetiu.
Hoje, aos 65 anos, Cross continua se apresentando mundo afora. Oito anos após um show no antigo Chevrolet Hall, ele retorna a Belo Horizonte para apresentação esta noite, no Palácio das Artes.
O que os fãs querem ouvir são canções que ainda hoje integram o repertório de rádios soft-rock. Sailing, o maior hit, além de Ride like the wind, Never be the same, Say you’ll be mine (todas lançadas no álbum de estreia, de 1979).
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Cross afirma que, além dos hits, o show vai incluir canções mais recentes. “Esta é uma das razões pelas quais continuo em turnê. Tenho 14 álbuns lançados e boa parte deste material não está nas rádios”, comenta ele, que tem se dedicado à música instrumental.
“Uma exceção é a canção que faz um tributo a Joni Mitchell (uma de suas maiores influências)”, afirma sobre o álbum no qual trabalha atualmente. “Mas a maior parte do repertório são músicas em que toco guitarra, algo que os fãs vêm me pedindo ao longo dos anos”, acrescenta.
Quanto ao passado, Cross revela curiosidades sobre seu maior hit. Eleita canção do ano pelo Grammy de 1981, Sailing nasceu de uma forma bem prosaica.
“Estava sendo à mesa de meu apartamento barato. Lembro-me de que um verso e o refrão vieram rapidamente, e depois a letra do início da canção. Esse tipo de música, Joni sempre disse, costuma colocar o compositor numa espécie de transe.”
Mas Sailing não ficou pronta de uma hora para outra. Foram pelo menos dois anos até que Cross conseguisse terminar a música. “Ela estava muito linear, o que é algo que você tem que tomar cuidado na música pop.
Se ficar no mesmo tom, a canção pode soar monótona. Consegui fazer uma ponte (parte da música que faz um contraste com o tema original) só muito depois, e ela mudou totalmente a canção.” E também a carreira do próprio Cross.
CHRISTOPHER CROSS
Show hoje, às 21h, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400). Ingressos: Plateia 1 – R$ 250 e R$ 125 (meia); Plateia 2 – R$ 230 e R$ 115 (meia); Balcão – R$ 160 e R$ 80 (meia). À venda na bilheteria e no www.ingresso.com.