Lô Borges canta sucessos no Chalezinho

Integrante do Clube da Esquina relembra 40 anos de carreira em show nesta sexta-feira (30). Afirma que Milton Nascimento é seu intérprete favorito

por Walter Sebastião 30/09/2016 08:55

Pedro David/divulgação
(foto: Pedro David/divulgação)
Lô Borges diz que no show desta sexta-feira (30), no Clube Chalezinho, o público ouvirá tanto sucessos que fizeram dele referência para a MPB, como Clube da esquina, Trem azul e Um girassol da cor de seu cabelo, quanto canções de discos recentes, como Qualquer lugar.


“Faço música com identidade”, afirma o compositor, lembrando ter admiradores tanto na MPB quanto no rock. Elogiado por Tom Jobim e Renato Russo, ele avisa: “Sou um musicista”.


Algumas de suas canções ficaram prontas em 30 minutos, mas também há aquela que levou 35 anos até a segunda parte ser concluída. “A letra deixo para os meus parceiros”, explica Lô. O  mais recorrente – desde os 15 anos – é o irmão, Márcio Borges. Porém, o time de letristas é extenso: Ronaldo Bastos, Murilo Antunes, Chico Amaral, Nando Reis e Arnaldo Antunes, entre outros.

Lô Borges é um musicista que adora cantar. “Subo no palco com a maior alegria. É o momento máximo daquela coisa que começou comigo, solitário, tocando um instrumento. Depois, um parceiro acrescentou uma história, que foi registrada no estúdio e o público cantou”, resume. “Com o tempo, aprendi que o caminho da música, apesar da gênese solitária, é se tornar de domínio público.”


O “sócio-fundador” do Clube da Esquina gosta de ouvir as criações dele na voz dos outros. “Meu intérprete favorito é Milton Nascimento, que gravou uma canção minha pela primeira vez. Ele me ensinou que a leitura de outro artista para o que você fez é sinal de admiração. É identificação”, explica.


Aberto a diversas sonoridades, o compositor garante: “Tudo o que entra no meu ouvido influencia a minha música”. Cita Chico Buarque, Milton Nascimento, Tom Jobim e, especialmente, Beatles, mas também Djavan, Skank, Genesis, Yes e Crosby, Stills, Nash & Young. Pelo rádio vieram Luiz Gonzaga, Dalva de Oliveira e Ângela Maria.


Lô tem canções gravadas tanto por Nana Caymmi quanto pela banda Ira!. “Minha cabeça é aberta. Mas depuro, transformo tudo de tal forma que o resultado tem sempre a minha cara”, afirma, feliz da vida em constatar que o público reconhece o “jeito Lô” de fazer música.


Nesta sexta, ele subirá ao palco do Chalezinho com a banda formada pelo irmão, Telo Borges (teclados), Henrique Matheus (guitarra), Renato Valente (baixo) e Robinson Matos (bateria).

CONSELHO Lô dá uma dica para quem quiser ser cantor ou compositor: “Pense na música, na arte – e não em grana ou gravadora. Se você faz música de genuína qualidade, fica mais fácil conquistar o público, ganhar dinheiro com ela e gravá-la”.
Parceiro de Milton Nascimento no clássico álbum Clube da esquina (1972), marco da MPB, Lô Borges ainda não contou sua vida em livro. “Há mais de uma década converso com meu amigo Rogério Brandão sobre isso. Mas biografia, aos 64 anos, acho precoce. Ainda tenho muita estrada pela frente”, garante.

 

LÔ BORGES

Nesta sexta (30), às 21h, no Clube Chalezinho, Avenida Mário Werneck, 530, Estoril, (31) 3286-3155. Ingressos: R$ 40 (feminino) e R$ 50 (masculino). Ingresso duplo (masculino e feminino): R$ 80. Mesa: R$ 300 e R$ 400.

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