“Faço música com identidade”, afirma o compositor, lembrando ter admiradores tanto na MPB quanto no rock. Elogiado por Tom Jobim e Renato Russo, ele avisa: “Sou um musicista”.
Algumas de suas canções ficaram prontas em 30 minutos, mas também há aquela que levou 35 anos até a segunda parte ser concluída. “A letra deixo para os meus parceiros”, explica Lô. O mais recorrente – desde os 15 anos – é o irmão, Márcio Borges. Porém, o time de letristas é extenso: Ronaldo Bastos, Murilo Antunes, Chico Amaral, Nando Reis e Arnaldo Antunes, entre outros.
Lô Borges é um musicista que adora cantar. “Subo no palco com a maior alegria. É o momento máximo daquela coisa que começou comigo, solitário, tocando um instrumento. Depois, um parceiro acrescentou uma história, que foi registrada no estúdio e o público cantou”, resume.
O “sócio-fundador” do Clube da Esquina gosta de ouvir as criações dele na voz dos outros. “Meu intérprete favorito é Milton Nascimento, que gravou uma canção minha pela primeira vez. Ele me ensinou que a leitura de outro artista para o que você fez é sinal de admiração. É identificação”, explica.
Aberto a diversas sonoridades, o compositor garante: “Tudo o que entra no meu ouvido influencia a minha música”. Cita Chico Buarque, Milton Nascimento, Tom Jobim e, especialmente, Beatles, mas também Djavan, Skank, Genesis, Yes e Crosby, Stills, Nash & Young. Pelo rádio vieram Luiz Gonzaga, Dalva de Oliveira e Ângela Maria.
Lô tem canções gravadas tanto por Nana Caymmi quanto pela banda Ira!. “Minha cabeça é aberta. Mas depuro, transformo tudo de tal forma que o resultado tem sempre a minha cara”, afirma, feliz da vida em constatar que o público reconhece o “jeito Lô” de fazer música.
Nesta sexta, ele subirá ao palco do Chalezinho com a banda formada pelo irmão, Telo Borges (teclados), Henrique Matheus (guitarra), Renato Valente (baixo) e Robinson Matos (bateria).
CONSELHO Lô dá uma dica para quem quiser ser cantor ou compositor: “Pense na música, na arte – e não em grana ou gravadora. Se você faz música de genuína qualidade, fica mais fácil conquistar o público, ganhar dinheiro com ela e gravá-la”.
Parceiro de Milton Nascimento no clássico álbum Clube da esquina (1972), marco da MPB, Lô Borges ainda não contou sua vida em livro. “Há mais de uma década converso com meu amigo Rogério Brandão sobre isso. Mas biografia, aos 64 anos, acho precoce. Ainda tenho muita estrada pela frente”, garante.
LÔ BORGES
Nesta sexta (30), às 21h, no Clube Chalezinho, Avenida Mário Werneck, 530, Estoril, (31) 3286-3155. Ingressos: R$ 40 (feminino) e R$ 50 (masculino).