Em 2009, a Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) passou a oferecer habilitação em música popular brasileira. O professor Mauro Rodrigues, um dos idealizadores da cadeira, sonhava em implementá-la desde a década de 1990. Queria ampliar os horizontes dos alunos, até então restritos ao universo erudito. Domingos Montagner ganha homenagem no Circovolante, em Mariana Documentário mostra que metade dos filmes em Hollywood era feita por mulheres até os anos 1920 Pequeno segredo terá de vencer desafios para chegar a Hollywood Daniel mistura roça e paixão em seu novo álbum de inéditas Milton Nascimento escolhe BH para a estreia da turnê 'Semente da terra'
Esta segunda-feria (26) será um dia especial para Mauro. Ele e os colegas professores vão homenagear um dos maiores nomes da MPB: Milton Nascimento. Todos – inclusive o convidado ilustre – subirão ao palco do Teatro Bradesco.
A “banda” reúne Mauro Rodrigues (flauta e diretor do espetáculo), Clara Sandroni (voz), Cléber Alves (saxofone), Cliff Korman (piano), Michel Maciel (violão), Pablo Souza (contrabaixo), Wilson Lopes (guitarra e violão) e Lincoln Cheid (bateria), esse último professor da Bituca – Universidade de Música Popular de Barbacena.
Clara Sandroni vai cantar Milagre dos peixes e Morro Velho. “Se tiver uma primeira fila de artistas, Milton está lá”, diz a professora, referindo-se ao lugar que o cantor e compositor ocupa na cultura brasileira.saiba mais
Idealizadora do show, a professora e pianista Celina Szrvinsk comemora a presença do cantor e compositor no espetáculo. “É ele quem está nos homenageando”, diz. Produtora da série Concertos Teatro Bradesco, dedicada à música erudita, ela prefere não fazer distinções rígidas entre clássico e popular. “Música boa é música boa. Clássico é aquilo que você quer ouvir muitas vezes. E Milton Nascimento é um clássico”, garante.
Há cinco anos o professor Wilson Lopes é responsável pela disciplina A música de Milton Nascimento. Guitarrista e violonista, ele toca com Bituca há 23 anos. “O lugar do Milton é a música mundial”, diz. Durante uma turnê nos Estados Unidos, conta ele, o cartaz de divulgação anunciava o brasileiro desta maneira: “O gigante que criou um gênero”.
“Milton é um gênero, é um estilo”, afirma Wilson. Os dois já se apresentaram em cerca de 40 países – Dinamarca, Angola e Japão, entre eles. Segundo o professor, “em países desenvolvidos” a música de Milton é melhor compreendida e suas composições mais valorizadas. “O Brasil tem o Milton como um grande cantor. Essa voz oculta o compositor”, explica.
Wilson afirma que esse prestígio internacional pode ser traduzido na homenagem feita ao brasileiro, em maio, pela Berklee College of Music, em Boston (EUA). Referência mundial, a instituição deu a Milton Nascimento o título de doutor honoris causa.
A UFMG também poderia, no futuro, celebrar a obra do compositor criado em Três Pontas com distinção semelhante, diz Wilson Lopes. Até lá, seus professores homenageiam Milton Nascimento com o que todos fazem de melhor: música.
HOMENAGEM A MILTON NASCIMENTO
Teatro Bradesco. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3516-1360. Com professores da Escola de Música da UFMG e Milton Nascimento. Hoje (27), às 20h30. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).
Milton Nascimento participa de concerto-homenagem com professores da UFMG
O cantor e compositor, que atualmente vive em Juiz de Fora, passou a última semana em BH ensaiando para o show desta segunda, no Teatro Bradesco
26/09/2016 08:38