Nesta quinta-feira, as duas serão homenageadas em Palavras de amor – Canções de Angela Ro Ro e Maysa. Atração do projeto Mesa Brasil, o show integra as comemorações dos cinco anos do Sesc Palladium.
“Angela Ro Ro e Maysa têm muito em comum. Além da semelhança física, são grandes cantoras e compositoras, falam de amor de uma maneira muito parecida. Sem contar que são intensas e ficaram à margem do padrão convencional de cantora”, comenta Madeira.
Paula Santoro, a “âncora” da apresentação, confessa: passou a admirar ainda mais as homenageadas depois de se aprofundar na obra delas. A “anfitriã” ressalta os arranjos criados por Rogério Delayon, responsável pela direção musical do show.
“Ficou muito interessante. As canções alcançaram harmonia tão grande e rica que fica até difícil a gente diferenciar qual música é da Angela e qual é da Maysa. Isso se deve também ao espírito de coletividade dos músicos, todos são feras”, diz Paula. Christiano Caldas (piano), Frederico Heliodoro (baixo) e Felipe Continentino (bateria) formam a banda.
“Tudo está muito bonito, inédito em todos os sentidos – sonoridade, concepção e repertório. Quem for ao Sesc Palladium vai ouvir Maysa, Angela Ro Ro e eu mesma de maneira completamente diferente, bem bacana. Gostaria que o espectador se abrisse a essa nova janela, a essa nova paisagem”, afirma Paula.
Cantar Maysa não é novidade para a mineira. Fã de Elis Regina, buscou referências na cantora gaúcha.
“Angela Ro Ro e Maysa sempre me fascinaram. Não só como cantoras e compositoras, mas como figuras femininas. Elas me dão muito orgulho de ser mulher”, conclui Paula.
Três perguntas para
ANGELA RO RO, Cantora e compositora
O que acha desse projeto em homenagem a você e a Maysa?
Estou muito feliz e lisonjeada por ter meu trabalho e minha obra reconhecidos, ainda mais em Belo Horizonte, pois tenho raízes em Minas. Minha mãe era mineira. Mas é uma homenagem não só a mim e à Maysa, mas também a Paula Santoro, que é maravilhosa, com a participação superespecial da Mônica Salmaso.
Você gosta de encontros musicais?
Acho muito pungente e enriquecedor. A gente troca ideias com os colegas, faz novas amizades e novos contatos para trabalhos. Isso estimula a criatividade. Esse tipo de projeto é bom não só para os artistas, mas para a plateia também.
Há quem diga que não tem surgido nada de novo e bom na MPB.
O mundo inteiro está com uma sede e ansiedade de consumir e descartar impressionantes. Isso a gente faz com fósforo, isqueiro – você usa e joga fora. Arte não é assim. Não tem morte, não tem tempo e não é descartável. Claro que têm aparecido coisas novas e boas, mas tem tanta gente viva na ativa... Vamos, primeiro, desfrutar o que já temos. Acho bem mais interessante..