No horário comercial, ele é Diogo, um advogado gaúcho de 35 anos, que mora em Porto Alegre.
Na pele de Di Light, já foi eleito em vários torneios o melhor Elvis e não mede esforços para isso. “Acho que o meu diferencial é conseguir equilibrar de tudo um pouco o que ele tinha. Seja a pronúncia na hora de cantar, a caracterização, a performance, o figurino, o carisma, a entrega e a relação com a plateia. Todas essas categorias são levadas em conta quando a gente participa desses concursos”, diz.
Di Light é o destaque da terceira edição do III Elvis Fest Minas, que ocorre hoje e amanhã, no Teatro Bradesco. O evento, idealizado pelos fãs clubes Elvis Uai, de Belo Horizonte, e Elvis Number One, de Recife, tem como objetivo reunir fãs, além de divulgar e manter vivo o legado deixado pelo Rei do Rock.
“A ideia de fazer esses shows é dar a oportunidade para quem viu e quem não viu o Elvis no palco de pelo menos ter uma experiência semelhante ao que era uma apresentação dele”, afirma Di Light.
No repertório, clássicos lançados entre 1968 e 1977, ano de sua morte, como Always on my mind, Burning love e The wonder of you. O show vai contar com a participação especial da pianista Márcia Flores, deficiente visual e auditiva que aprendeu a tocar em um curso a distância e hoje interpreta mais de 100 canções de Elvis no piano.
Fã do cantor e compositor praticamente desde que nasceu, Di Ligth está a todo momento pesquisando sobre a vida pessoal e a carreira do ídolo, justamente para poder incorporá-lo da melhor maneira.
Ele já perdeu a conta de quantas vezes foi a Graceland, a lendária mansão do astro em Memphis, nos Estados Unidos.
“Ele foi um artista completo, extremamente carismático, sensual, abençoado com uma voz maravilhosa. Elvis agregou uma série de virtudes que o tornaram especial”, opina Di Light, que não se considera um cover, mas um tributo ao ícone do rock.
“Cover é uma nomenclatura incorreta. A gente faz o cover de uma música, não de um artista.”
Por outro lado, o uberabense Edson Luís, de 49, não se incomoda com o termo e não se esquece do dia em que teve contato com a obra do roqueiro norte-americano pela primeira vez. Ele tinha 12 anos quando assistiu a Elvis não morreu, filme estrelado por Kurt Russell, e conta que sentiu “algo diferente”.
Desde então, passou a se aprofundar no conhecimento da música de Elvis e não parou mais. Edson diz que não é nada fácil divulgar Elvis Presley em sua cidade, pois, segundo ele, boa parte da população de Uberaba curte mais o sertanejo.
“O rock não é tão difundido. O pop rock até é. Mas não deixo de fazer o meu trabalho. Acho importante manter a memória do Elvis viva e confesso que até gosto quando me chamam pelo nome dele. Faz bem para o meu ego. Gosto de ser o Elvis.
Nesta edição, o Elvis Fest vai contar com a presença de admiradores de Elvis Presley não só mineiros. “É a primeira vez que recebemos gente de fora. Temos cinco fãs que vão vir da terra dele, dos Estados Unidos”, comemora Paulo Bonfim, um dos organizadores do evento e presidente do fã clube Elvis Uai. “Ele ainda mexe com muita gente. Consegue transmitir uma emoção que é fora de série e ainda transforma a vida das pessoas através da música. É algo único”, conclui.
Rei do pop inspira fã a lançar canal
Há sete anos, o mundo perdia o maior ícone da história da música pop. Em 25 de junho de 2009, Michael Jackson foi encontrado morto em sua residência, em Los Angeles, e parou de deslumbrar plateias de todo o planeta com seus passos de dança mais do que peculiares.
Por outro lado, naquela mesma data, um jovem belo-horizontino fez de uma simples homenagem ao ídolo sua ponte para o sucesso profissional numa vida dedicada à dança e ao legado deixado pelo Rei do Pop. Aos 22 anos, Ricardo Lima Bento Neto, ou Ricardo Walker, é reconhecido pela capacidade de reproduzir com precisão os movimentos de Michael, compartilhando-os via YouTube.
“Eu e minha família estávamos com passagens compradas, hotel reservado e ingressos na mão para o show (de Michael Jackson) em Londres, e ele morreu duas semanas antes.
No dia da morte de Michael, contando com a ajuda do irmão mais velho, que é cineasta, Ricardo gravou um vídeo dançando um mix de vários hits do artista, devidamente caracterizado com peruca e chapéu.
Ele apenas fez diante da câmera as coreografias que já dançava repetidamente de brincadeira em casa desde os 5 anos, sem treinamento ou especialização em escolas de dança. A precisão dos movimentos, como o clássico “moon walk’’, surpreendeu inclusive a ele, que decidiu postar o vídeo no YouTube.
Depois do sucesso repentino com a primeira gravação, ele começou a fazer aulas de dança e se dedicar ao “cover” de Michael, apresentando-se como tal em alguns eventos na noite de BH. Um ano mais tarde, em 2010, Joseph Jackson, pai do astro, esteve em BH para divulgar o livro O que realmente aconteceu com Michael Jackson.
Na sessão de autógrafos, em uma livraria da capital, Ricardo se apresentou e deixou seu contato e materiais com ele. Dias depois, a produção da turnê entrou em contato, convidando-o a se apresentar no Rio de Janeiro, durante o evento de lançamento do livro, e também em São Paulo e Florianópolis. “Foi o mais próximo que cheguei do Michael”, conta Ricardo.
Nesse meio tempo, Ricardo conheceu o já quase famoso taxista Jean “Walker’’, que fazia sucesso por cantar as canções de Michael pelas ruas de BH. A voz de um combinada com o swing do outro deu origem ao duo The Walkers, um tributo a Michael Jackson.
A dupla de BH, acompanhada de outros dois dançarinos, já se destacava na internet quando participou do reality show Qual é o seu talento?, do SBT, em 2011. Embalados pelos hits de Michael, eles chegaram à final da competição.
A habilidade de imitar o Rei do Pop credenciou Ricardo a frequentar importantes escolas de dança em Los Angeles, para onde se mudou em 2013, como a Internacional Dance Academy e a Debbie Reynolds Dance Studios.
Por lá, ele também participou de workshops com dançarinos que atuavam com o próprio Michael, além de se apresentar em eventos e espetáculos com o cover que já fazia no Brasil e que havia levado para uma turnê marítima pela Europa, a bordo de um cruzeiro, um ano antes.
No começo deste ano, o dançarino voltou ao Brasil, com a ideia de impulsionar seu canal de dança no YouTube. No aniversário da morte de Michael, ele prepara uma nova homenagem ao Rei do Pop. Outro vídeo, parecido com aquele que o projetou, mas com sete anos mais de experiência e intensa dedicação ao legado de Michael Jackson. Gravado na companhia de outros três dançarinos, o vídeo será divulgado amanhã.
Elvis Fest Minas III apresenta Di Light e banda
Hoje e amanhã, às 21h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes).
Ingressos: Setor 1: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia). Setor 2: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia).
Vendas: www.compreingressos.com e bilheteria do teatro.
Informações: (31) 3516-1360.
Parte da renda arrecadada com a venda de ingressos será doada ao Lar de Idosos Senhor Bom Jesus.
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