Domingo, dia 12, a Orquestra Ouro Preto faz concerto para lançar o disco e o DVD 'Latinidade: Música para as Américas'. O evento, a preços populares, será realizado no Sesc Palladium. “Procurei entender a nossa música enfatizando diferenças – e não procurando semelhanças. São peças distintas, cada uma com o seu simbolismo”, explica o maestro Rodrigo Toffolo.
Toada e desafio, de Capiba, e Três peças nordestinas, de Clóvis Pereira, carregam o desejo de explorar o universo armorial. Ou seja, arte erudita construída a partir de elementos populares, como propôs o escritor Ariano Suassuna.
Dobrado dois corações (Pedro Salgado) e Marcha fúnebre Virgínia (de compositor anônimo que viveu em Ouro Preto no século 20) saúdam as bandas, afetiva e musicalmente. “É a nossa homenagem aos grupos responsáveis tanto por levar música às comunidades quanto por formar 90% dos instrumentistas, digo isso ‘chutando’. Mais do que tradição, as bandas de música são referências culturais do Brasil”, afirma Rodrigo Toffolo. Ele próprio traz na memória o som delas, ouvido nas sacadas de Ouro Preto, quando ele era criança.
Quatro momentos nº 3 apresenta um compositor brasileiro, que, para o regente, é um dos mais importantes da atualidade: o petropolitano Ernani Aguiar, de 66 anos. “Ernani leva para as composições de concerto uma postura brasileira”, observa.
Já Buenos Aires siglo XX, de Rufo Herrera, “é a latinidade”, resume Toffolo. Evocando a importância do tango, essa peça pontua a força da música argentina, “obrigatória, por sua singularidade, para quem quiser conhecer a música do continente”, completa.
AFROBRASILIDADE
Suíte americana, de Mateus Freire, evoca o blues e o jazz. Para Rodrigo Toffolo, talvez ela seja um ponto comum entre todas as faixas do disco: a afrobrasilidade.
“Nosso projeto não é um trabalho didático. Deixo para o ouvinte fazer as conexões”, observa, lembrando que o subtítulo, ao falar das Américas, é homenagem, “mas carrega também um convite a ampliar conhecimento da nossa memória musical”. O primeiro disco da série Latinidade foi lançado em 2005.
Um motivo de satisfação para o mineiro é o fato de o projeto integrar o catálogo do Naxos, considerado o selo de música clássica mais importante do mundo. “É importante mostrar internacionalmente o repertório brasileiro e os solistas do nosso país, deixando claro que temos música de alta qualidade”, argumenta. “É o reconhecimento da nossa performance”, conclui Toffolo, sem esconder que a Orquestra Ouro Preto sonha em fazer carreira internacional.
Vale lembrar: outro disco do grupo, Vivaldi – concertos para cordas (2005), também é distribuído pelo selo Naxos.
LATINIDADE: MÚSICA PARA AS AMÉRICAS
Com Orquestra Ouro Preto. Domingo, às 11h. Grande Teatro do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3214-5350. Ingressos: R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia-entrada).
Toada e desafio, de Capiba, e Três peças nordestinas, de Clóvis Pereira, carregam o desejo de explorar o universo armorial. Ou seja, arte erudita construída a partir de elementos populares, como propôs o escritor Ariano Suassuna.
Dobrado dois corações (Pedro Salgado) e Marcha fúnebre Virgínia (de compositor anônimo que viveu em Ouro Preto no século 20) saúdam as bandas, afetiva e musicalmente. “É a nossa homenagem aos grupos responsáveis tanto por levar música às comunidades quanto por formar 90% dos instrumentistas, digo isso ‘chutando’. Mais do que tradição, as bandas de música são referências culturais do Brasil”, afirma Rodrigo Toffolo. Ele próprio traz na memória o som delas, ouvido nas sacadas de Ouro Preto, quando ele era criança.
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Já Buenos Aires siglo XX, de Rufo Herrera, “é a latinidade”, resume Toffolo. Evocando a importância do tango, essa peça pontua a força da música argentina, “obrigatória, por sua singularidade, para quem quiser conhecer a música do continente”, completa.
AFROBRASILIDADE
Suíte americana, de Mateus Freire, evoca o blues e o jazz. Para Rodrigo Toffolo, talvez ela seja um ponto comum entre todas as faixas do disco: a afrobrasilidade.
“Nosso projeto não é um trabalho didático. Deixo para o ouvinte fazer as conexões”, observa, lembrando que o subtítulo, ao falar das Américas, é homenagem, “mas carrega também um convite a ampliar conhecimento da nossa memória musical”. O primeiro disco da série Latinidade foi lançado em 2005.
Um motivo de satisfação para o mineiro é o fato de o projeto integrar o catálogo do Naxos, considerado o selo de música clássica mais importante do mundo. “É importante mostrar internacionalmente o repertório brasileiro e os solistas do nosso país, deixando claro que temos música de alta qualidade”, argumenta. “É o reconhecimento da nossa performance”, conclui Toffolo, sem esconder que a Orquestra Ouro Preto sonha em fazer carreira internacional.
Vale lembrar: outro disco do grupo, Vivaldi – concertos para cordas (2005), também é distribuído pelo selo Naxos.
LATINIDADE: MÚSICA PARA AS AMÉRICAS
Com Orquestra Ouro Preto. Domingo, às 11h. Grande Teatro do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3214-5350. Ingressos: R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia-entrada).