André Godoy, baterista do Cálix, avisa: o público vai ouvir rock progressivo, ponto comum entre os grupos, soma de pop e elementos eruditos. Está no show uma peça de Marco Antônio Araújo (1949-1986), homenageando o pioneiro dessa estética em Minas Gerais.
O nome Orquestra Mineira de Rock nasceu em 1999, designando apresentações que as três bandas faziam juntas, mas tocando em shows separados. O desenvolvimento da empreitada fez com que, especialmente a partir de 2003, os instrumentistas se somassem no palco, gerando orquestra com duas baterias, quatro guitarras, coro de oito vozes, três baixos, além de violoncelo, bandolim e flauta. O show de hoje, o primeiro em que todos tocam juntos a maior parte do tempo, traz abertura instrumental escrita especialmente para a formação. “O clima é de harmonia e alegria, vindas do fato de sermos muitos amigos”, conta André.
Para André Godoy, elementos eruditos no rock dão sofisticação ao gênero.
André Godoy diz que existe uma cena do rock progressivo em Minas Gerais. A evidência poderia ser a produção de grupos como Mantra e Tuatha de Danann. “Sagrado Coração da Terra é um ícone para nós”, observa. “O progressivo tem grande alcance popular”, observa, lembrando a popularidade do Pink Floyd. Não considera o gênero marginalizado, mas o aloja entre os independentes, porque, “à primeira vista”, trata-se de música difícil, que cobra ouvintes atenciosos e que gostam de curtir detalhes. “Isso é distinto do gosto de ouvir música massificante, que não tem nada de novo. Temos público fiel”, informa.
A ausência da Orquestra Mineira de Rock dos palcos se deve ao fato de as bandas terem de cuidar das respectivas carreiras. Conseguir espaço e estrutura para um grupo tão grande não é nada fácil. Há outro motivo: todos têm de cuidar da família e dos filhos.
ORQUESTRA MINEIRA DE ROCK
Hoje, às 21h. Grande Teatro do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada), pelo site www.ingressos.com..