O cantor e compositor Lenine se mostrou extremamente descontente com a política do país em um texto publicado no facebook.
No post, o artista pernambucano criticou o afastamento da presidente Dilma Rousseff, a gestão interina de Michel Temer e as casas legislativas.
"Congresso e Senado, em sua quase totalidade, são compostos por gente despreparada, desqualificada e dissimulada. Não reconheço como legítimo esse governo não eleito que aí está", disparou.
O recifense comemorou o crescimento do Brasil e refletiu sobre os efeitos da evolução econômica. "Proporcionalmente a este crescimento, fomos descobrindo o real preço dessas conquistas. E o pior: quem estava pagando por elas. A mecânica do exercício da política nunca mudou. O mesmo rito, o mesmo jogo", opinou.
Ao fim, ele diz ser favorável a uma reforma política. "Só com a união de todos os poderes e instituições para que tenhamos o quanto antes: eleições gerais", defende.
"Tenho vergonha de viver no Brasil de hoje", diz ele, que resgatou momentos do qual participou, como a fundação do Partido dos Trabalhadores no ABC Paulista e a celebração pelas eleições do ex-presidente Lula.
Lenine é um dos artistas confirmados nos eventos contra o fechamento do Ministério da Cultura na sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Além dele, Caetano Veloso, Erasmo Carlos e Frejat também participam das manifestações.
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"Eu deveria estar nos hospitais lutando por mais leitos e mais médicos.
Eu deveria estar nas escolas batalhando por uma educação digna e salários decentes para os professores.
Eu deveria bradar aos quatro ventos a insegurança social em que vivemos.
Eu deveria testemunhar pessoalmente a morte do Rio Doce e cuspir a culpa na cara dos criminosos deste desastre irreversível.
Eu deveria berrar até perder a voz contra uma elite tirana e tacanha.
Eu deveria nunca parar de gritar contra a impunidade e a corrupção.
Faço o que posso – e o que sinto que devo!
Tenho vergonha de viver no Brasil de hoje.
Participei da fundação do PT no ABC paulista.
Fui à rua, com minha família, celebrar a vitória de Lula.
Vislumbrei um futuro melhor… e o imaginei possível.
O país cresceu social e economicamente.
Proporcionalmente a este crescimento, fomos descobrindo o real preço dessas conquistas. E o pior: quem estava pagando por elas.
A mecânica do exercício da política nunca mudou.
O mesmo rito, o mesmo jogo.
Congresso e Senado, em sua quase totalidade, são compostos por gente despreparada, desqualificada e dissimulada.
Não reconheço como legítimo esse governo não eleito que aí está.
Não votei em Dilma. Fui Marina no 1º turno, anulei no segundo.
Tristeza e incredulidade.
São estes os meus sentimentos em relação ao que estamos vivendo.
Só uma profunda reforma política poderá mudar nosso futuro possível.
Só com a união de todos os poderes e instituições para que tenhamos o quanto antes: eleições gerais!
Lenine