Com o nome artístico Chal (tirado das práticas de meditação), o cantor e compositor abraçou o rock rural. No segundo álbum, Enlace, ele por vezes soa como um Zé Ramalho do cerrado, noutras busca inspiração em Bob Dylan e Crosby, Stills, Nash & Young. Há um quê de sertanejo raiz na música de Chal – uma de suas referências é a histórica dupla Tião Carreiro e Pardinho.
Com voz grave, Chal é ainda prolífico compositor. Das 12 canções de Enlace, 10 são dele – há ainda versões para Foi tudo culpa do amor (Odair José e Ana Maria Iorio) e O cio da terra (Milton Nascimento e Chico Buarque), esta com a participação de Luiz Carlos Sá – de Sá, Rodrix e Guarabira –, outra referência clara no trabalho de Chal.
“Estou fazendo folk nacional. Goiânia não tem um mercado receptivo para isso. O rock rural ainda é restrito no Brasil. Tem como representantes, além de Sá, Rodrix e Guarabira, Raul Seixas, 14 Bis e Zé Ramalho”, admite ele, que vem conquistando público no Sul de Minas. A despeito das referências, Enlace foi registrado em cenário bem urbano: o álbum foi realizado no estúdio Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, uma das mecas do pop rock brasuca.
Produzido por Felipe Rodarte e Constança Scofield, foi gravado pelos músicos Fernando Magalhães e Rodrigo Santos, guitarrista e baixista do Barão Vermelho, respectivamente. Cantando em português, Chal teve o inglês como carta de apresentações. Registrou em Goiânia o EP Up-country, com gravações de Johnny Cash..