Os fãs de rock progressivo tem um encontro marcado hoje à noite com um dos principais nomes mundiais do gênero. O Marillion desembarca em Belo Horizonte para mais um show, hoje, no Sesc Palladium, às 20h. É a terceira passagem do grupo britânico pela capital mineira e eles chegam prometendo ao público vários sucessos e surpresas para contemplar todos os 37 anos de estrada da banda, que parece não se importar com o passar do tempo, sempre inovando e produzindo novidades com uma musicalidade complexa, letras profundas e shows quase performáticos.
Daria para dizer que o Marillion – que nasceu com o nome de Silmarillion, em homenagem a um livro de mesmo nome de J.R.R Tolkien – são os filhos mais novos, ou talvez os sobrinhos de lendas como Pink Floyd, Yes e Genesis. Mas, ao contrário desses ícones, que surgiram uma década antes, o Marillion nunca se afastou dos palcos desde que começaram, em 1979. Depois da saída de Fish, seu primeiro vocalista, em 1988, o grupo se reencontrou sob a liderança de Steve Hogarth, lançando novos discos, com diferentes propostas, sem nunca deixar a banda cair no ostracismo. Além da vitalidade, que os coloca hoje entre os grupos mais longevos em atividade no rock, a criatividade e a dedicação à música também são marcas registradas desses ingleses.
“Nós sempre tentamos fazer algo diferente cada vez que visitamos uma cidade, e assim será em BH, onde tocaremos músicas diferentes daquele show de dois anos atrás”, garante o vocalista Steve Hogarth, conhecido como H, para a alegria de quem acompanhou a última passagem da banda por Belo Horizonte, quando eles se apresentaram no Minascentro, em 2014. Hogarth vem à América do Sul acompanhado pelo guitarrista Steve Rothery, o baixista Pete Trewavas e pelo tecladista Mark Kelly, membros da formação original do Marillion, além do baterista Ian Mosley, que entrou na banda em 1983, cinco anos antes de H.
Atração extra Sem adiantar nada do repertório, H diz que eles contemplarão todas as fases da carreira durante as duas horas previstas de show e ainda promete uma atração extra, para não desapontar quem espera o espetáculo multimidático que costumam ser os shows do Marillion: “Em um telão colocado atrás de nós, vamos exibir alguns filmes criados especialmente para complementar algumas músicas que tocaremos.” Certamente, a expectativa do público é de conferir alguns dos principais hits da banca como Kayleigh, e outras faixas do disco Misplaced childhood (1985), além de outras preferidas pelos fãs, como Beautiful, Hooks in you, Fantastic place e Ocean cloud.
O vocalista tem tudo para se sentir muito à vontade em BH, pois, além de já conhecer a cidade, ele afirma que está vivendo uma história de amor com a capital mineira, graças a uma belo-horizontina. “O Marilion tem um ótimo relacionamento com os fãs brasileiros e temos o objetivo de sempre vir quando é possível.
Se hoje os financiamentos coletivos virtuais estão para todo lado, o Marillion foi pioneiro na iniciativa, lá atrás, em 1997, quando criaram a fórmula para custear discos e turnês. Até hoje, mesmo com um nome e uma legião de fãs consolidados, o grupo continua usando o crowdfunding para estreitar seus laços com o público. “Quando pensamos isso lá na década de 1990. Não tínhamos ideia do quão popular e útil que essa iniciativa se tornaria. Além de libertar os artistas de algumas restrições da indústria fonográfica, cria um ótimo relacionamento com os fãs, que se tornam parte do processo de gravação e lançamento dos discos. Sem a lealdade dos nossos fãs, não faríamos tantas músicas”, afirma o vocalista Steve Hogarth.
E a ajuda do público tem sido realmente útil. O grupo caminha para o 18º álbum de estúdio, que deve ser lançado em setembro, com o apoio dos fãs, que podem ganhar vários brindes da banda, além do próprio CD, de acordo com a colaboração financeira. “Infelizmente, não terminamos o 18º álbum a tempo desta turnê pelo Brasil, mas com certeza retornaremos para tocar as músicas novas por aqui”, promete H. O último disco do Marillion, Sounds that can’t be made, foi lançado em 2012.
Marillion em Belo Horizonte
Hoje, às 20h, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro).
Ingressos entre R$ 140 e R$ 350 pelo www.ingresso.com.