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Fim do reinado

Referência no mundo pop, Prince morre numa das fases mais produtivas da carreira

Cantor foi encontrado morto nessa quinta-feira, 21, em sua casa. Causas ainda são investigadas

Carolina Braga
O anúncio de que o avião particular de Prince foi obrigado a fazer  pouso de emergência no estado de Illinois, no último dia 15, para atender a uma urgência de saúde do cantor foi um péssimo sinal.
A informação oficial dava conta de que o cantor e instrumentista se ressentia de uma forte gripe. Ontem, Prince morreu, aos 57 anos. O corpo foi encontrado no estúdio Paisley Park, na cidade de Chanhassen, Minnesota. Sua agente confirmou a morte, sem revelar a causa. A polícia local divulgou que investigará as circunstâncias da morte.

Prince Rogers Nelson faz parte de uma lista bastante seleta de artistas que conseguiram quebrar seus próprios padrões em busca do novo. Seja no comportamento ou nas escolhas musicais. Misturou sons, texturas, tornou-se imagem icônica no universo pop internacional.
Não se contentou com o convencional. Nem mesmo no próprio nome. Em 1993, passou a ser legalmente um símbolo, impronunciável, mas carregado de significados, entre eles, “símbolo de amor”. Virou também a marca de ousadia. Ampliou as possibilidades dos gêneros, sejam eles musicais ou humanos. Androginia era sua marca registrada.

É conhecido como o meticuloso mestre do pop. Figura extravagante, explorou como pôde a sexualidade – em roupas, performances, declarações. Era provocativo em tudo o que podia. Chocou tanto em capas de discos como nos palcos. Tatuou a palavra slave (escravo) na bochecha em sinal de protesto ao contrato que considerava leonino com sua gravadora.

A carreira começou no final dos anos 1970. Compôs, tocou e cantou todas as faixas do primeiro disco, For you (1978). Com Dirty Mind (1980), o terceiro LP, chamou a atenção para o estilo nada recatado de se apresentar. Quatro anos depois, deixou a marca definitiva no universo pop com Purple rain (1984), lançado com o filme de mesmo nome.
Virou superstar no auge da moda dos videoclipes. Foram mais de 35 anos de atividade, com 39 álbuns lançados.

Mesmo que Purple rain seja reconhecida como o grande momento de sua carreira, a lista de canções que alcançaram topos das paradas é enorme: Let’s go crazy, When doves cry, Little red corvette, Kiss, Raspberry beret e Sign ‘O’ the times. Ganhou sete prêmios Grammy, um Globo de Ouro e um Oscar, justamente com seu maior hit.

Todas as fases da carreira foram marcadas por crises e uma constante busca por novos desafios. O homem de apenas 1,57m de altura tinha fama de ser workaholic e perfeccionista. Era também brigão. Em meados dos anos 1990, não quis mais saber das grandes gravadoras, mas nunca deixou de apresentar novos trabalhos.

Nos últimos 18 meses, lançou quatro discos, entre eles duas partes de HITnRUN (2015). De acordo com dados da indústria fonográfica norte-americana, Prince vendeu cerca de 40 milhões de álbuns nos Estados Unidos. Ele também se tornou conhecido como um dos poucos artistas que tentaram resistir às regras da internet. Em 2014, abriu processo contra 22 usuários do Facebook e outros blogueiros acusados de liberar na rede gravações de seus shows.

Queria uma indenização de US$ 1 milhão de cada um por envolvimento em contrabando de material protegido. Dois usuários foram identificados, e as respectivas contas desativadas.
No ano passado, Prince solicitou a retirada total de sua obra do catálogo de serviços de streaming como o Spotify e Deezer. Só autorizou o Tidal, que é gerenciado por Jay Z. Coleguismo.

BRASIL Prince chegou a ser anunciado como a principal atração do festival Black2Black, em 2011, mas sua vinda foi cancelada quatro dias antes do show. Não deu grandes explicações pela ausência. Antes, o cantor foi uma das atrações do Rock in Rio, em 1991. A apresentação ficou marcada na história para seus fãs – lógico –, assim como a lista de exigências dele. Foram 200 toalhas para o camarim, que precisou ser iluminado com a cor púrpura. Prince também pediu máscara de oxigênio e um piano branco de cauda na suíte do hotel.

Foram duas apresentações no país e cinco dias de folga, que também deram o que falar. No palco, cantou hits como Kiss e Let’s go crazy acompanhado de fãs que escolheu da plateia. Fora dele, promoveu festas megalomaníacas e até engatou um romance. Foi com a então jovem modelo Marianne Cotrim, que tinha 16 anos na época.

O cantor se casou duas vezes. O primeiro casamento foi com a dançarina Mayte Garcia, de quem se separou em 2000. A segunda esposa foi Manuela Testolini, de quem se divorciou em 2006.

No mês passado, Prince chegou a anunciar durante show em Nova York que estava escrevendo as próprias memórias. O livro se chamaria The beautiful ones e tinha lançamento previsto para 2017. A editora Spiegel & Grau divulgou que não seria um livro convencional. Se fosse, não seria sobre Prince.

39 razões para ouvir Prince

• 1978 – For you
• 1979 – Prince
• 1980 – Dirty mind
• 1981 – Controversy
• 1982 – 1999
• 1984 – Purple rain
• 1985 – Around the world in a day
• 1986 – Parade: music from the motion picture under the cherry moon
• 1987 – Sign “?” the times
• 1987 – The black album
• 1988 – Lovesexy
• 1989 – Batman
• 1990 – Graffiti bridge
• 1991 – Diamonds and pearls
• 1992 – O(%2b>
• 1994 – Come
• 1994 – The black album
• 1995 – The gold experience
• 1996 – Chaos and disorder
• 1996 – Emancipation
• 1996 - Girls 6
• 1998 – Crystal ball / The truth
• 1998 – New power soul
• 1999 – The vault: old friends 4 sale
• 1999 – Rave Un2 the joy fantastic
• 2001 – The Rainbow Children
• 2002 – One Nite Alone...
• 2003 – Xpectation
• 2003 – N.E.W.S
• 2004 – Musicology
• 2004 – The chocolate invasion
• 2004 – The slaughterhouse
• 2006 – 3121
• 2007 – Planet Earth
• 2009 – LOtUSFLOW3R / MPLSoUND (duplo)
• 2010 – 20Ten
• 2014 – Plectrumelectrum
• 2014 – Art Official age
• 2015 – HITnRUN
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