Que o Viaduto Santa Tereza se tornou - não espontaneamente, mas através da construção da sociedade civil e de grupos organizados - um importante espaço para a cultura belo-horizontina é fato já reconhecido por qualquer um do meio artístico. Não por acaso é lá que acontece a segunda edição do Festival Permanente de Bandas, neste sábado (2) e domingo (3).
O evento traz para o palco novos sons e experiências da música mineira, além de bandas já consolidadas na cena independente. No primeiro dia as atrações são Palomita DJ, Fodastic Brenfers, Roger Deff, Gato Feio, Djalma não entende de política, Douglas Din e Pequena Morte. No domingo é a vez de DJ Fael, Ménage, Matheus Brant, Absinto Muito, Cromossomo Africano, Zaika dos Santos e Iconili.
CASAMENTO PERFEITO
"Os festivais são muito importantes por serem espaços que reúnem número expressivo de pessoas interessadas em música, além de serem lugares para encontrar novas bandas, fazer novos contatos", elogia Gabriel Assad, baixista da banda Pequena Morte, que encerra o primeiro dia do Permanente.
Para o músico, uma característica destas iniciativas é sentimento de coletivo. "O festival alimenta a banda e a banda alimenta o festival", avalia.
Completando uma década de banda, a Pequena Morte tem três álbuns próprios, além de ter participado de uma coletânea com outros artistas. Com tanto tempo de estrada, é bom ouvir o que Gabriel tem a dizer. "A verdade é que a vida de uma banda independente não é fácil, já que a gente tem que trabalhar muito para criar e encontrar o público. Chegar ao terceiro disco demonstra que temos uma maturidade, uma viabilidade, ficamos feliz em chegar a esses dez de banda", orgulha-se.
Tanto tempo juntos e tantas experiências compartilhadas foram, sem dúvida, essenciais para a construção do mais recente álbum, Jabuticaba (2015). “O disco carrega uma referencia cultural muito forte herdada das viagens que fizemos enquanto banda. Além da música, uma das nossas referências vem da relação que criamos com outros lugares”, comenta. A Pequena Morte já circulou pela Argentina, por diversos estados brasileiros e pela Europa.
LUGAR DE ENCONTROS
Se o assunto é a importância dos festivais para as bandas independentes, a opinião de Gabriel é ratificada por Lucas Freitas, sax da banda Iconili. Ele sustenta que o festival “é o momento em que consolida a cena. Todo trabalho que a gente desenvolve se justifica nesses encontros possíveis (seja com o público, seja com outras bandas)”. Lucas também elogia a gratuidade e a utilização do espaço público para a realização do Permanente.
"Esse trabalho está em torno de uma palavra: luta", insiste Lucas sobre o que é ser uma banda independente. Para explicar, brinca com as palavras. "Tudo que a gente conquista independente de outras forças, depende só de nós”. Ele destaca, no entanto, que essas dificuldades são superadas com parcerias, que chama de “forças de benefício mútuo".
"Você tem que ser criativo né? Por isso acaba criando novas linguagens e novos meios. Nesse processo a gente acaba crescendo".
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A banda é formada por pessoas que dividem uma mesma faixa etária, que vieram de diferentes lugares, mas que mantém certa coesão de pensamento - na música ou na política. "Sem dúvida nenhuma nossa relação é muito boa, então estar junto nas viagens, nos ensaios, nas composições é muito prazeroso. É uma galera e a gente acaba se divertindo", garante.
FESTIVAL PERMANENTE
Data: 02/04 (SÁBADO)
Shows: Fodastic Brenfers, Gato Feio, Roger Deff, Djalma Não Entende de Política, Douglas Din, Pequena Morte
Horário: 15h
Local: Viaduto Santa Tereza
Entrada franca
Informações: www.facebook.com/festivalpermanente
Data: 03/04 (DOMINGO)
Shows: Absinto Muito, Menage, Matheus Brant, Cromossomo Africano, Zaika dos Santos, Iconili
Horário: 15h
Local: Viaduto Santa Tereza
Entrada franca
Informações: www.facebook.com/festivalpermanente