Champanhe, ternos, vestidos, valsa, brindes, homenagens e… o samba rock do Molejão! O grupo de pagode que dominou as paradas de sucesso nos anos 1990 encontrou um filão inusitado para alavancar novamente sua carreira: os bailes de formatura. “Quando o placar estava adverso, começamos a investir nisso, há uns seis ou sete anos, e foi maravilhoso’’, afirma o vocalista Anderson Leonardo, que chega a se apresentar em duas ou três festas diferentes, dependendo da noite.
Os shows do Molejo contratados por formandos são, de certa forma, customizados. Além dos hits do grupo, que o público costuma saber na ponta da língua, sucessos atuais de outros artistas ganham sua versão pagode pela banda. “Graças a Deus e a esses grandes eventos fechados é que a crise está passando bem longe do Molejão. Sem querer desdenhar, mas, graças a eles, temos equilíbrio na agenda”, diz Anderson. Segundo ele, o Molejo tem feito de oito a 10 shows fechados por mês, tendo BH e as cidades universitárias do interior de Minas, como Ouro Preto, Viçosa, Juiz de Fora e Lavras, entre as principais praças no Sudeste.
Com orçamento gordo, arrecadado em parcelas mensais ao longo de sete ou oito semestres de curso, as grandes turmas de direito, medicina e diversas engenharias chegam a contar com centenas de formandos e não se contentam mais em ter apenas as tradicionais bandas de baile. A partir do momento em que perceberam ser viável a presença de artistas famosos, isso virou moda.
“O Molejo sempre participava dos Jogos Jurídicos Mineiros. Com isso, sabíamos que a escolha deles provavelmente agradaria à turma. Em segundo lugar, o cerimonial sempre os recomendava como uma banda animada”, conta Rafael Sales, que foi presidente da comissão de formatura de uma turma de direito da UFMG que contou com o grupo carioca (além do Bonde do Tigrão) em seu baile, realizado em agosto do ano passado, na Serraria Souza Pinto.
VIRANDO O JOGO
Boa parte dos formandos que hoje se divertem com o Molejo eram crianças ou nem haviam nascido quando o grupo esteve no auge. Depois de uma sequência de sucessos como A dança da vassoura, Brincadeira de criança e Cilada, os pagodeiros caíram no ostracismo na década seguinte. Eles viram nos bailes de formatura a chance de virar o jogo. Além de um mercado ainda aquecido, que paga os mesmos cachês que outros tipos de produção, as formaturas são também uma oportunidade para atrair novas contratações e também público pagante para seus shows.
“Quando a gente toca numa formatura em Viçosa, a gente não toca só para o público de Viçosa, porque ali tem estudante de todo o Brasil, com convidados de todo o Brasil. É uma galera que te divulga de graça, porque sai da festa falando que o show é maneiro, que é um baile legal e leva isso para todo o país. Aí começa também a querer ver a gente em shows pagos”, conta Anderson, que se orgulha de ter tido casa cheia em uma quarta-feira do início do mês passado, quando a banda tocou na Woods, em Nova Lima.
A relação com as formaturas é tão positiva que o Molejo até compôs uma música chamada Formatura, em parceria com o grupo de pagode Inimigos da HP, outra presença requisitada nos grandes bailes de Minas. “Somos pagode universitário sim, e há muito tempo. Deus salve as universidades!”, diz o cantor. Além do Molejo e do Inimigos da HP, Thiaguinho, Marcelo D2, Cheiro de Amor, Turma do Pagode e Dennis DJ apareceram como atrações em grandes formaturas nos últimos anos. As contratações dependem do gosto da turma que está se formando e do orçamento disponível.
SONHO
Os responsáveis por realizar o sonho dos formandos de ver um grande artista cantando em sua festa particular são as empresas de cerimonial. Se anos atrás os profissionais dessa área tinham que se preocupar apenas com a qualidade das bebidas, as opções de salgados e a decoração da festa, agora o trabalho é um pouco mais complexo, em razão da demanda por estrelas no palco.
“A empresa e os formandos decidem juntos. Eles apontam o estilo de artista que desejam, e nós oferecemos as opções possíveis, de acordo com data e orçamento”, afirma Henrique Costa Gomes, diretor da ORG Formaturas, que produziu 25 bailes com a presença de grandes artistas nos últimos três anos.
Para a gerente de atendimento do Via Essencial Formaturas, a moda não apenas pegou, como virou tradição. “Hoje, existe até uma espécie de competição entre as turmas. Uma traz um artista e aí a do ano seguinte quer trazer também, ou trazer alguém mais famoso”, conta. Segundo ela, como o orçamento para essas festas é construído anos antes da cerimônia, a crise ainda não afetou o setor. Além do Molejo, a empresa já produziu eventos fechados com a presença de Ludmilla e Skank.
Os shows do Molejo contratados por formandos são, de certa forma, customizados. Além dos hits do grupo, que o público costuma saber na ponta da língua, sucessos atuais de outros artistas ganham sua versão pagode pela banda. “Graças a Deus e a esses grandes eventos fechados é que a crise está passando bem longe do Molejão. Sem querer desdenhar, mas, graças a eles, temos equilíbrio na agenda”, diz Anderson. Segundo ele, o Molejo tem feito de oito a 10 shows fechados por mês, tendo BH e as cidades universitárias do interior de Minas, como Ouro Preto, Viçosa, Juiz de Fora e Lavras, entre as principais praças no Sudeste.
Com orçamento gordo, arrecadado em parcelas mensais ao longo de sete ou oito semestres de curso, as grandes turmas de direito, medicina e diversas engenharias chegam a contar com centenas de formandos e não se contentam mais em ter apenas as tradicionais bandas de baile. A partir do momento em que perceberam ser viável a presença de artistas famosos, isso virou moda.
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VIRANDO O JOGO
Boa parte dos formandos que hoje se divertem com o Molejo eram crianças ou nem haviam nascido quando o grupo esteve no auge. Depois de uma sequência de sucessos como A dança da vassoura, Brincadeira de criança e Cilada, os pagodeiros caíram no ostracismo na década seguinte. Eles viram nos bailes de formatura a chance de virar o jogo. Além de um mercado ainda aquecido, que paga os mesmos cachês que outros tipos de produção, as formaturas são também uma oportunidade para atrair novas contratações e também público pagante para seus shows.
“Quando a gente toca numa formatura em Viçosa, a gente não toca só para o público de Viçosa, porque ali tem estudante de todo o Brasil, com convidados de todo o Brasil. É uma galera que te divulga de graça, porque sai da festa falando que o show é maneiro, que é um baile legal e leva isso para todo o país. Aí começa também a querer ver a gente em shows pagos”, conta Anderson, que se orgulha de ter tido casa cheia em uma quarta-feira do início do mês passado, quando a banda tocou na Woods, em Nova Lima.
A relação com as formaturas é tão positiva que o Molejo até compôs uma música chamada Formatura, em parceria com o grupo de pagode Inimigos da HP, outra presença requisitada nos grandes bailes de Minas. “Somos pagode universitário sim, e há muito tempo. Deus salve as universidades!”, diz o cantor. Além do Molejo e do Inimigos da HP, Thiaguinho, Marcelo D2, Cheiro de Amor, Turma do Pagode e Dennis DJ apareceram como atrações em grandes formaturas nos últimos anos. As contratações dependem do gosto da turma que está se formando e do orçamento disponível.
SONHO
Os responsáveis por realizar o sonho dos formandos de ver um grande artista cantando em sua festa particular são as empresas de cerimonial. Se anos atrás os profissionais dessa área tinham que se preocupar apenas com a qualidade das bebidas, as opções de salgados e a decoração da festa, agora o trabalho é um pouco mais complexo, em razão da demanda por estrelas no palco.
“A empresa e os formandos decidem juntos. Eles apontam o estilo de artista que desejam, e nós oferecemos as opções possíveis, de acordo com data e orçamento”, afirma Henrique Costa Gomes, diretor da ORG Formaturas, que produziu 25 bailes com a presença de grandes artistas nos últimos três anos.
Para a gerente de atendimento do Via Essencial Formaturas, a moda não apenas pegou, como virou tradição. “Hoje, existe até uma espécie de competição entre as turmas. Uma traz um artista e aí a do ano seguinte quer trazer também, ou trazer alguém mais famoso”, conta. Segundo ela, como o orçamento para essas festas é construído anos antes da cerimônia, a crise ainda não afetou o setor. Além do Molejo, a empresa já produziu eventos fechados com a presença de Ludmilla e Skank.