Responsável por dois desses projetos, o produtor e fotógrafo Flávio Charchar acredita que nunca se assistiu a tanto videoclipe quanto hoje, mesmo que em outra mídia. “Sou fã assíduo da banda Incubus. Existem vários clipes deles que consegui ver somente quando a internet me possibilitou, pois os primeiros clipes não tinham chegado com relevância na programação da MTV. Hoje isso não existe”, explica. O produtor acredita que a internet abre portas e, portanto, o investimento em audiovisual pode gerar bons frutos para artistas novos. “Uma das razões pelas quais o Djambê, banda daqui de BH da qual fiz parte até dezembro do ano passado, foi escolhida para competir no Web Fest Valda 2015 foi justamente porque tinha um dos vídeos mais bem produzidos dos apresentados pelos competidores.
A segunda empreitada foi feita em parceria com o amigo Jonathan Tadeu para a música Rogério Ceni, da banda Aldan. O resultado, mais experimental, agradou ao produtor. “Sou apaixonado pela música do clipe e por esse último trabalho da banda. Foi um clipe bem experimental, em que testamos muita coisa na pós-produção, fizemos brainstorms longos na ilha, mas adoramos o resultado.”
A CARA DA BANDA Mais do que divulgar o trabalho musical, o videoclipe também é visto como parte da identidade do artista. Nele, podem-se apresentar conceitos estéticos, ideias e posições políticas. “O clipe dá uma cara para a banda. É uma forma de o público ter mais acesso ao artista e às coisas que o interessam”, diz Pedro Vasconcelos, produtor e diretor.
Para Vasconcelos, que tem um trabalho mais voltado para o cinema, a produção de videoclipes é um agradável hobby. Responsável por pelo menos cinco projetos do gênero, o mineiro vê a internet como aliada.
A dica de Pedro Vasconcelos para bandas que querem investir em videoclipe é pensar bastante na concepção artística. “Mais do que ter grana, é fundamental saber no que você quer investir. É válido, inclusive, fazer vídeos mais caseiros, mas tem que ter bom senso, senão o artista corre o risco de ficar sem identidade visual”, alerta.
PALAVRA DE MÚSICO “A música não é só pra ser ouvida, mas também para ser vista.
O vídeo, dirigido por Pedro Continentino Giordano – que já trabalhou com Fernanda Takai e Jota Quest –, foi o primeiro da banda com produção mais bem trabalhada. “A preocupação para o clipe de estreia desse disco (da música Stoner) era mostrar a banda. Tanto que ele é mais simples, só com a gente tocando. Já para o Hoje eu acordei pensamos em fazer algo mais elaborado. Como não tínhamos o roteiro pronto, o Pedro nos ajudou a construir a ideia, usando como referência o filme Quero ser John Malkovich, e também alguma coisa de Alice no país das maravilhas”, explica Fábio.
Experiente no ramo, Giordano aplaude a inciativa das bandas mineiras de apostar em trabalhos mais bem produzidos. “Não é a coisa mais simples para uma banda transmitir o que ela pensa, e a imagem é uma outra ferramenta para fazer isso. O fato é que fazer um bom trabalho não é exatamente barato. Mas vale a pena o investimento”, afirma o diretor.
Para assistir:
» Aldan – Rogério Ceni
» Rafa Braga – Carna Belô
» Ledjembergs – Mil rosas
»Tempo Plástico - Hoje eu acordei
» Tião Duá – Rádio Favela
» Djambê – Quanto Vale?
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