Agora, o músico está de volta ao estado, mais precisamente a Belo Horizonte, porém para trabalhar. Ao lado dos companheiros de Planet Hemp, BNegão (vocais), Nobru Pederneiras (guitarra), Formigão (baixo) e Pedro Garcia (bateria), eles são uma das atrações da 2ª edição do Festival Música 360, que ocorre neste sábado, na Esplanada do Mineirão. O evento vai contar ainda com Gabriel, o Pensador, Filipe Ret, Flávio Renegado + Chama o Síndico, Cidade Verde, I Wanna Love You + Pequena Morte e Duelo de MCs.
De volta à ativa, o grupo carioca formado nos anos 1990 e conhecido por suas letras políticas vai apresentar, no show em BH, um apanhado de seus três discos de estúdio – Usuário (1995), Os cães ladram mas a caravana não para (1997) e A invasão do sagaz homem fumaça (2000). “Mesmo com essa correria de disco solo, DVD, shows e ainda a agenda com o Planet, estou achando bom pra caramba. Rola muita criatividade, novidade. E os shows que temos feito estão tendo muito retorno”, celebra D2.
Foi no camarim de uma apresentação em Natal, durante o Festival Música Alimento da Alma (Mada) em 2002, que a banda decidiu se separar. De 2013 para cá, os artistas começaram a ensaiar um retorno. “Agora, decidimos que vamos nos reunir de dois em dois anos e a ideia é lançar alguma coisa nova ainda este ano. Tudo mudou desde então. A relação entre os integrantes amadureceu, a gente passou a aceitar mais as diferenças. Coisas que não aconteciam no início, porque a gente era muito novo”, analisa.
Um dos aspectos que mais têm chamado a atenção do rapper é a renovação do público. Em evento recente em São Paulo, Marcelo D2 reparou que 80% dos presentes nunca tinham ido a um show do Planet Hemp. “É interessante porque o nosso público deu uma revigorada, é outro, apesar de ter gente que sempre será fã. Mas as nossas canções são mais atuais do que nunca. Lamentavelmente, o Brasil é o mesmo de 1993. Continua com uma sociedade corrupta, muita desigualdade, violência. E com certeza dá pra criar muita música com tudo isso que estamos vivendo”, desabafa.
Aos 48 anos, o artista já é avô de Giovanna, de 2 anos. “Não mudei nada por ter me tornado vovô. Até porque continuo paizão ainda (risos). Uma das minhas filhas tem apenas 11 anos. Mas neto é legal demais. Dá muito menos trabalho e o amor é o mesmo. Uma das melhores coisas da vida”, comemora.
Além de continuar na estrada com a carreira solo e o grupo que o lançou, Marcelo D2 quer encontrar uma brecha para se dedicar a um projeto antigo e meticuloso: pesquisar e se aprofundar nos tambores mineiros e de outras regiões. “Infelizmente, vai continuar na gaveta por um tempo. Quero mergulhar fundo nessa coisa do tambor, mas preciso de calma e dedicação pra isso. Mas pode ter certeza que um dia essa iniciativa vai vingar”, assegura.
Festival Música 360
Shows com Planet Hemp, Gabriel, o Pensador; Filipe Ret; Flávio Renegado + Chama o Síndico; Cidade Verde; I Wanna Love You + Pequena Morte e Duelo de MCs. Amanhã, a partir das 14h, na Esplanada do Mineirão (Av. Abrahão Caram, 1.001, São Luís, Pampulha). Ingressos: de R$ 50 a R$ 180. Vendas: Central dos Eventos (R. Fernandes Tourinho, 470/Lj. 16) e on-line no Sympla (www.sympla.com.br) e Central dos Eventos (www.centraldoseventos.com.br).
Em janeiro, Marcelo D2 esteve em Minas curtindo as férias. No roteiro, Inhotim, Tiradentes e Congonhas, onde acabou conhecendo o mais novo museu da cidade. “Queria descansar e respirar um pouco de arte, de história. Fui com minha esposa e três filhos. Uma das coisas de que mais gostei foi o museu dedicado ao Aleijadinho. Tinha acabado de inaugurar e achei muito bacana”, ressalta.