Boogarins faz show do disco 'Manual' neste domingo n'A Autêntica

Em nova turnê nacional, goianos passam por BH em primeira apresentação fora de festivais, prometendo show tamanho família

por Fernanda Machado 11/03/2016 08:00
Beatriz Perini/divulgação
(foto: Beatriz Perini/divulgação)
"Toca Mário de Andrade!", soltou um fã na última apresentação da banda goiana Boogarins em Belo Horizonte, em novembro do ano passado. A faixa, quinta do mais recente álbum do grupo - Manual ou Guia livre de dissolução dos sonhos - acabou não sendo executada, e virou promessa para uma próxima visita. "Aquele show foi o primeiro no Brasil depois da turnê pela Europa. Não tivemos tempo de ensaiar um repertório diferente, ficou complicado de tocar algumas músicas", justifica o guitarrista Benke Ferraz. "Mas agora é um show só nosso, de lançamento do disco mesmo, e vamos fazer uma apresentação tamanho família", garante.

Acompanhado dos parceiros Dinho Almeida (voz e guitarra), Raphael Vaz (baixo) e Ynaiã Benthroldo (bateria), Benke sobe sobe ao palco d'A Autêntica neste domingo, com abertura da banda mineira Lively Water, a partir das 17h. Ao contrário das outras visitas a BH, em que integraram o line-up de alguns festivais, dessa vez o Boogarins desembarca na cidade em uma empreitada mais pessoal. Foram eles mesmos que batalharam as datas da turnê e fizeram contato com casas de shows. "Pela primeira vez estamos circulando com um show só nosso. Acho importante o lance da procura dos festivais, porque é um indício muito bom de que a nossa música está chegando às pessoas. Mas isso não nos diz qual o tamanho da banda, qual o público que ela atinge", explica. A aventura resultou em uma turnê com 10 datas fechadas, passando por nove capitais. Algumas delas, como Salvador e Manaus, recebem a primeira visita do grupo.

"Essa coisa de esperar convites para tocar em situação ideal, com cachê, hotel e tudo mais, acaba impedindo que a gente passe por muitos lugares. Então decidimos fazer por bilheteria mesmo", conta. O objetivo é manter a banda na estrada, e não ficar depender de eventos maiores. "Temos a preocupação de fazer a banda se prolongar. É um projeto que queremos que dure muito tempo nas nossas vidas. Não queremos nos acomodar e ficar reféns de festas. Quando precisarmos, queremos ter uma estrutura para circular e saber que o público vai querer pagar o ingresso", afirma.

INTERNACIONAIS Depois de fechar a turnê brasileira, no dia 26 de março, no Rio de Janeiro, o Boogarins parte para os EUA, onde tem cerca de 30 datas confirmadas. O tamanho da turnê não assusta Benke. "Já tocamos por lá, e vamos passar por cidades em que tivemos apresentações bem legais. Tirando a língua, de resto acontece de uma maneira que a gente já está acostumado", comenta, lembrando que a principal diferença para o Brasil é o fato de que o país já tem uma relação mais estreita com o rock. "Lá a música independente é mais enraizada, o pessoal tem o costume de comprar discos. No Brasil infelizmente ainda é um som que chega mais para as classes média e alta. Tem que ter tempo para ouvir, descobrir, procurar na internet".

Mesmo sabendo das limitações da circulação do seu trabalho em terras brasileiras, o guitarrista não desanima. "Não estou querendo tirar o valor da nossa caminhada. Acredito muito no que estamos fazendo e vejo isso em muitos outros artistas daqui. Estamos tentando mudar uma realidade em um nível pequeno mesmo. Só de termos conseguido fazer show no Norte já é incrível", diz.

BOOGARINS
Domingo, às 17h. A Autêntica, Rua Alagoas, 1.172, Savassi. Abertura: Lively Water. R$ 30. Vendas:  https://goo.gl/xjdqh0

 

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