Algo aconteceu no meio do caminho do segundo para o terceiro disco. Os integrantes do Mumford & Sons, a banda que recolocou o folk nas paradas de sucesso dos EUA e Reino Unido, abriram mão do gênero, abraçaram o rock, vestiram jaquetas de couro e deixaram o banjo de lado. O Tame Impala, grupo australiano que tem ditado as novas regras do rock, com o flerte psicodélico, enveredou para a disco music e R&B, e até música gravada pela Rihanna, no mais recente disco dela, chamado Anti, eles tiveram.
Diz-se, na indústria, que o terceiro disco é a prova final. O vai ou racha. Quando a banda precisa mostrar a que veio, ou ficará escondida para sempre nas últimas colocações das listas de mais vendidos ou melhores do ano. Da Inglaterra e Austrália, Mumford & Sons e Tame Impala, respectivamente, mostraram colhões ao deixar para trás o que os consagrou. Puristas torceram os narizes, mas as experiências abriram novos caminhos para as duas bandas. E as colocaram nas mais altas cotações dos festivais pelo mundo, como é o caso da nossa versão do Lollapalooza, cuja edição de 2016 será realizada entre os dias 12 e 13 de março, sábado e domingo, no Autódromo de Interlagos - ambas se apresentam na primeira noite, como é possível ver na tabela ao lado. Trata-se da primeira vez de Marcus Mumford e banda por aqui, logo em destaque, e da maior e mais representativa passagem de Kevin Parker e companhia pelo Brasil, depois de sete shows por Rio e São Paulo em lugares de capacidade mediana.
Nenhuma das mudanças foram planejadas meticulosamente, garantem as bandas. O Mumford & Sons havia combinado um hiato de duração indeterminada depois da turnê do segundo e bombástico Babel (2012). Rodaram o globo quase incessantemente desde 2009 e precisavam descansar. Pararam em setembro de 2013, mas menos de seis meses depois já estavam novamente no estúdio. “Queríamos, mesmo, descansar. Já não tínhamos mais 20 anos e precisávamos disso”, conta Ted Dwane, baixista da banda. “Quando começamos, em 2007, estávamos muito ligados em folk, country. A gente ainda gosta disso, mas acho que cada disco tem que ser uma espécie de fotografia da banda naquele momento. E descobrimos novas coisas, queríamos explorá-las”, completa. Bateria eletrônica e guitarra ditam as regras em Wilder Wind, um disco urbano, bem nova-iorquino, distante do ar campestre dos antecessores.
Em um movimento de agigantamento a cada disco, tal qual Mumford & Sons, o Tame Impala há pouco deixou a esfera indie. A figura outrora obscura do líder da banda e centro criativo do projeto começa a pipocar aqui e ali graças ao sucesso do terceiro álbum deles, Currents. Depois de trazer psicodelia às guitarras, em um movimento tão impactante para a cultura underground quanto foi o retorno do garage rock às paradas no início dos anos 2000, ele se aventurou pela disco, flertou com o R&B, e uniu vocais fantasmagóricos e letras depressivas e melancólicas a batidas boas para cair na dança.
“Não sabia se essas canções seriam do Tame Impala ou uma colaboração”, contou Kevin Parker. “Mas preciso dizer que fazer dance music sempre foi algo que eu quis. Adoro funk norte-americano, música eletrônica. É claro, também gosto de rock, de psicodelia, mas queria conseguir unir todas essas influências. Para mim, era algo inevitável, entende?”
O nome de Parker, agora, figura ao lado de gente como Mark Ronson, criador do hit de Bruno Mars Uptown Funk, e de Rihanna, que regravou de maneira surpreendentemente literal a canção New Person, Same Old Mistakes. “Adorei. Essa canção era para ser um R&B, mas eu não sou esse tipo de cantor”, derrete-se o australiano. Existe uma lenda curiosa que diz que Kevin Parker se inspirou para criar a sonoridade de Currents enquanto dirigia pelo deserto californiano, fumando maconha, e uma canção do Bee Gees tocou na rádio. “Eram cogumelos”, corrige ele, de bom humor sem negar ou confirmar a história.
Diz-se, na indústria, que o terceiro disco é a prova final. O vai ou racha. Quando a banda precisa mostrar a que veio, ou ficará escondida para sempre nas últimas colocações das listas de mais vendidos ou melhores do ano. Da Inglaterra e Austrália, Mumford & Sons e Tame Impala, respectivamente, mostraram colhões ao deixar para trás o que os consagrou. Puristas torceram os narizes, mas as experiências abriram novos caminhos para as duas bandas. E as colocaram nas mais altas cotações dos festivais pelo mundo, como é o caso da nossa versão do Lollapalooza, cuja edição de 2016 será realizada entre os dias 12 e 13 de março, sábado e domingo, no Autódromo de Interlagos - ambas se apresentam na primeira noite, como é possível ver na tabela ao lado. Trata-se da primeira vez de Marcus Mumford e banda por aqui, logo em destaque, e da maior e mais representativa passagem de Kevin Parker e companhia pelo Brasil, depois de sete shows por Rio e São Paulo em lugares de capacidade mediana.
Nenhuma das mudanças foram planejadas meticulosamente, garantem as bandas. O Mumford & Sons havia combinado um hiato de duração indeterminada depois da turnê do segundo e bombástico Babel (2012). Rodaram o globo quase incessantemente desde 2009 e precisavam descansar. Pararam em setembro de 2013, mas menos de seis meses depois já estavam novamente no estúdio. “Queríamos, mesmo, descansar. Já não tínhamos mais 20 anos e precisávamos disso”, conta Ted Dwane, baixista da banda. “Quando começamos, em 2007, estávamos muito ligados em folk, country. A gente ainda gosta disso, mas acho que cada disco tem que ser uma espécie de fotografia da banda naquele momento. E descobrimos novas coisas, queríamos explorá-las”, completa. Bateria eletrônica e guitarra ditam as regras em Wilder Wind, um disco urbano, bem nova-iorquino, distante do ar campestre dos antecessores.
Em um movimento de agigantamento a cada disco, tal qual Mumford & Sons, o Tame Impala há pouco deixou a esfera indie. A figura outrora obscura do líder da banda e centro criativo do projeto começa a pipocar aqui e ali graças ao sucesso do terceiro álbum deles, Currents. Depois de trazer psicodelia às guitarras, em um movimento tão impactante para a cultura underground quanto foi o retorno do garage rock às paradas no início dos anos 2000, ele se aventurou pela disco, flertou com o R&B, e uniu vocais fantasmagóricos e letras depressivas e melancólicas a batidas boas para cair na dança.
“Não sabia se essas canções seriam do Tame Impala ou uma colaboração”, contou Kevin Parker. “Mas preciso dizer que fazer dance music sempre foi algo que eu quis. Adoro funk norte-americano, música eletrônica. É claro, também gosto de rock, de psicodelia, mas queria conseguir unir todas essas influências. Para mim, era algo inevitável, entende?”
O nome de Parker, agora, figura ao lado de gente como Mark Ronson, criador do hit de Bruno Mars Uptown Funk, e de Rihanna, que regravou de maneira surpreendentemente literal a canção New Person, Same Old Mistakes. “Adorei. Essa canção era para ser um R&B, mas eu não sou esse tipo de cantor”, derrete-se o australiano. Existe uma lenda curiosa que diz que Kevin Parker se inspirou para criar a sonoridade de Currents enquanto dirigia pelo deserto californiano, fumando maconha, e uma canção do Bee Gees tocou na rádio. “Eram cogumelos”, corrige ele, de bom humor sem negar ou confirmar a história.