Pethit diz que a recepção do público à nova fase da carreira tem sido animadora. “Eles (os jovens) vão como se estivessem indo para o show dos Rolling Stones: preparados para viver uma grande noite rock’n roll. Mais do que assistir a um show, eles querem viver essa experiência. Poder ficar maluco, selvagem, doidão... As pessoas ficam muito entregues”, descreve o cantor.
O repertório do show em BH será composto basicamente pelas músicas do disco mais recente e algumas composições do álbum Estrela cadente (2012), como Moon. Canções que se tornaram marcas registradas do cantor, como Nightwalker, de Berlim, Texas (2010), também têm vez. “Vira e mexe incorporo música de outro artista, como Iggy Pop ou os Stones. Sempre tem alguma surpresinha”, avisa Pethit.
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Androginia, sexualidade e libido são o trio que compõe a proposta da apresentação. “Sinto que nesse disco tem uma coisa sexy, abusada. O show puxa um pouco isso. Dou um mote e saio beijando todo mundo. É a brincadeira de explorar a ideia sexual do rock’n’ roll. Mexer com a libido das pessoas”, afirma Pethit.
LIBIDO A turnê de Rock’n roll sugar darling traz uma provocação sem gênero. “Não é um show para os meninos que são gays. Tem uma celebração polissexual, onde o que interessa é o prazer. Tanto faz o gênero, sua definição de sexualidade, o que importa é sentir tesão”, diz.
Pethit defende que essa característica é comum ao rock. “Ele (o rock) não precisa ser queer. Já faz parte do conceito. Quantos héteros não sentem tesão pelo Mick Jagger? A libido é provocada e independe do seu desejo real. É a libido de um outro lugar”, afirma.
O paulistano lembra que desde o disco Estrela cadente já vinha brincando com a ideia de explorar um personagem mais andrógino. “Muitos artistas hoje brincam com essa questão do gênero. Um pouco de ‘mulheres barbadas’. Tem o Jaloo, o Liniker, o Johnny Hooker”, cita.
Pethit lembra ainda do rapper Rico Dalasam, artista que, segundo ele, criou o gênero queer no rap brasileiro. Ele dividiu o palco com o artista em janeiro, na capital paulista, durante a nova “roupagem” da apresentação Fervo do Dalasam. “Temos grande admiração um pelo outro. De algum jeito, o que estamos fazendo é muito próximo.”
Se os artistas que trazem a discussão de gênero para a cena estão em evidência no cenário musical, uma onda conservadora também cresce no país. Para Pethit, há uma sensação de que estamos presos no tempo. “Parece o Dia da Marmota (referência ao filme Feitiço do tempo, de 1993). O povo continua batendo panela, falando em impeachment. Não consegue avançar.”
Ele defende que é impossível ser artista e não se envolver nessas questões. “Mas são dois lados da mesma moeda. Uma coisa só avança porque a outra também avança. Acho tudo isso muito positivo, porque mesmo existindo os conservadores, existe também a mudança”, pontua.
NA TELONA
O clipe da música 1992, do álbum Rock’n’ roll sugar darling, deve ser lançado ainda nesta semana. Por enquanto, não há projeto de novo álbum à vista. “Quero começar a pensar em disco novo só quando sentir que a turnê já deu. Por enquanto, está divertido fazer o show”, diz Thiago Pethit. Ele brinca que a imprensa acaba colocando pressão por um novo trabalho. “Não é descartável, não. Parem com isso”, diz, entre risos. Este ano, Pethit deve circular por festivais com a equipe do filme Amores urbanos, de Vera Egito, em que interpreta um dos protagonistas. Viagens para Miami, Paris e Lisboa já estão programadas. A estreia do longa no Brasil está prevista para 5 de maio.
ANIVERSÁRIO A AUTÊNTICA – ANO I
Quinta-feira, às 22h, shows com Thiago Pethit, Mordomo e Valsa Binária. Ingressos a R$ 30. Na Autêntica (R. Alagoas, 1.172 - Savassi). Informações: (31) 3654-9251.