Levantamento da norte-americana Pollstar, principal publicação de negócios da indústria de shows, apontou Taylor Swift como a artista que mais lucrou com turnês em 2015. A loirinha de 26 anos faturou US$ 250 milhões. Em décimo lugar estão os Rolling Stones, que lucraram US$ 110 milhões. Só que eles fizeram apenas 14 shows, contra 83 apresentações de Taylor.
E você ainda se pergunta por que Mick Jagger, de 72 anos, Keith Richards, de 72, Charlie Watts, de 74, e Ron Wood, de 68, continuam na ativa? É só fazer as contas.
A quarta temporada brasileira de shows da banda britânica – com inacreditáveis 54 anos de existência – tem início no próximo sábado, no Maracanã. Passa por São Paulo (dias 24/2 e 27/2, no Morumbi) e termina em 2 de março no Beira-Rio, em Porto Alegre. Até a conclusão desta edição, havia ingressos disponíveis para a apresentação no Rio e para a primeira em São Paulo.
A turnê América Latina Olé começou no último dia 3, em Santiago, Chile. Antes de aportar na terrinha, a banda terá realizado cinco shows (um em Montevidéu e três em Buenos Aires). A temporada termina em 17 de março, na Cidade do México.
O sentimento geral do público do lado de cá do Equador é que esta será a última vez. Nesta quinta-feira, completam-se 10 anos desde que o grupo esteve pela última vez no Brasil, na Praia de Copacabana, para 1,5 milhão de pessoas, algo superlativo que só caberia na história de uma banda como os Stones. Novamente, faça as contas: se demorarem outros 10 anos para voltar, quantos anos eles terão?
REPERTÓRIO
Pois esses números estão desaparecendo no palco. Com apresentações que vão além das duas horas habituais, os Stones desfiam duas dezenas de músicas. A grande maioria só de hits, como previsto, e poucas mudanças no repertório (pelo menos até agora).
Entre as mais cotadas (foram executadas nos primeiros três shows da turnê) estão Start me up (que abriu o show do Chile), Brown sugar, Gimme shelter, Tumbling dice, Sympathy for the devil e, como eles fazem em exatamente todo show, entra década, sai década, (I can’t get no) Satisfaction. Os grandes momentos apontados vêm sendo com Paint it black e It's only rock'n'roll.Mês passado, com a proximidade da turnê, Jagger perguntou no Twitter (em inglês, espanhol e português) que músicas o público gostaria de ouvir. Tem atendido a pedidos: em Santiago, a banda executou She’s a rainbow, canção dos primórdios (1967), cuja gravação contou com Paul McCartney na percussão. Em Buenos Aires, foi a vez de outra da fase sessentista, Street fighting man (1968).
Quanto à performance, quem os viu em 1995, quando o grupo estreou no país, não deverá se decepcionar com os shows 21 anos mais tarde. Com sete músicos e cantores acompanhando a turnê, Jagger continua pulando no palco de um lado para o outro, mostrando-se, como sempre, dono da situação. Em momento paz e amor com Richards (pelo menos sob os holofotes), a dupla mais importante do rock em atividade tem interagido bem.E, pelos relatos que houve dos shows até agora, o clima geral – público e banda – é de que essa é a “última noite de nossas vidas”. Que assim sejam as quatro datas que os Stones farão no país.