Por aqui, Quarta-feira ingrata chegou por meio de gravação da Banda Eddie. É essa uma das canções do repertório criado especificamente para este carnaval. O grupo de Fábio Trummer (vocalista e guitarrista) é a principal atração da primeira das três edições do Bailinho Ferveu. Toca nesta sexta-feira, no Music Hall, ao lado das bandas Cordel e Prosa e Chama o Síndico.
O bailinho continua na próxima semana, sempre com uma banda nacional como principal atração, seguida de formações locais. Na terça-feira gorda, o destaque vai para o Baile do Simonal, combo formado por Max de Castro e Simoninha, os dois filhos de Wilson Simonal. Na mesma noite ainda toca a banda do bloco Então Brilha. A festa vai até o dia 12, com a Orquestra Voadora, do Rio, e a Orquestra Mineira do Brega.
Trummer, que comanda a Eddie há 27 anos, conta que o repertório do show será de músicas da própria banda com pegada carnavalesca. Pode-se esperar, então, Quando a maré encher, Pode me chamar e Delírios espaciais. “Também estamos tocando, com um arranjo diferente, Máscara negra, do Zé Keti.” A agenda do grupo para a folia começou ontem, no Rio, com show ao lado da Nação Zumbi e Siba. Depois de BH, Eddie vai para Olinda: toca amanhã e domingo na cidade onde nasceu e, na segunda-feira, no Recife.
Com público cativo em Belo Horizonte, o grupo esteve aqui em agosto lançando Morte e vida, seu mais recente álbum, inspirado na obra de João Cabral de Melo Neto. “BH é uma cidade que, assim como Recife, se interessa muito pela música autoral. É um tipo de música que não é necessariamente comercial”, continua Trummer. Radicado em São Paulo há 11 anos, é o único integrante da formação original da Eddie.
BAILINHO FERVEU
Music Hall (Av. do Contorno, 3.239, Santa Efigênia). Nesta sexta0feira, a partir das 22h, Banda Eddie, Cordel e Prosa, Chama o Síndico e DJs da festa Original Sundays. Na terça, também às 22h, Baile do Simonal, Então Brilha e DJs da festa Sexta Básica. Ingressos a partir de R$ 50. Informações: www.bailinhoferveu.com.br .
“É de fazer chorar/quando o dia amanhece/e obriga o frevo acabar/ó quarta-feira ingrata/chega tão depressa/só pra contrariar.” Recife e Olinda escutam esses versos há não se sabe quantos carnavais. Pelas bandas de cá, seu autor, Luiz Bandeira (1923-1998), é menos conhecido. Mas não suas letras: violonista, radioator e cantor de orquestra, ainda compôs Na cadência do samba (que bonito é) e Voltei, Recife, entre várias outras.