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Um roqueiro e um violão

Nando Reis volta ao formato acústico em CD cheio de hits

Cantor revisita canções mais celebradas da carreira com 'Voz e violão no recreio', primeiro volume de empreitada desplugada

Em nova fase de uma bem-sucedida carreira, Nando Reis permanece como um dos cantores e compositores mais importantes de sua geração.

No novo álbum Nando Reis – voz e violão no recreio – Vol. 1, ele explora um formato de show que sempre o atraiu e que faz parte de seu cotidiano.

Para o show, Os infernais, banda que acompanha Reis há anos, ficou de fora. O público terá a versão mais pura de canções como All star, Os cegos do castelo, Relicário e Lamento realengo. O artista está em estúdio preparando mais um álbum de inéditas, que deve ser lançado em agosto de 2016.

Desde os tempos de Titãs, com álbuns como Cabeça dinossauro e Jesus não tem dentes no país dos banguelas (o preferido do artista), ele tem atingido o público com letras de teor político e social. Apesar de achar que o artista não tem obrigação de se posicionar sobre todos os assuntos, Nando defende causas que o tocam. ''Esse formato é a minha essência. Faço isso há muito tempo e estou revisitando vários momentos importantes da minha carreira'', diz Nando Reis sobre o acústico - Foto: Deckdisc/DivulgaçãoO artista fez parte de um concerto que visa a arrecadação de fundos para a cidade de Mariana. “O mundo está ao contrário e ninguém reparou. Parece que o que acontece hoje já apareceu lá na minha canção”, afirma Reis.

 

Morador de São Paulo, o cantor apoia as manifestações de estudantes de escola pública contra a reorganização proposta pelo governo estadual. “Acho esse muito importante mesmo esse tipo de ação por parte dos estudantes”, diz.

Nos mais de 30 anos de carreira, Reis acumulou parcerias com alguns dos artistas mais influentes de sua geração. Na década de 1980, alcançou a fama como baixista da banda Titãs, onde compôs ao lado de Sérgio Britto, Arnaldo Antunes e Branco Mello.

 

Já na década de 1990, produziu álbuns marcantes como o Verde, anil, amarelo, cor-de-rosa e carvão, de Marisa Monte, e o Com você... meu mundo ficaria completo, de Cássia Eller.

Inclusive, foi com Cássia, que o compositor encontrou uma das parcerias mais frutíferas e recompensadoras. A morte prematura da cantora o afetou profundamente. “Ela sempre estará presente na minha carreira. Primeiro, porque pessoas que têm essa importância, com quem tive uma relação como essa, deixam uma saudade que é uma espécie de presença”, explica. “No caso da Cássia, nossa relação foi permeada pela música e eu ainda toco todos fins de semana uma música que escrevi sobre minha relação com ela”.

 


Amadurecimento
No decorrer da carreira, o cantor e compositor passou a se preocupar com aspectos do mercado nos quais não pensava quando jovem. “Hoje, me preocupo com o aspecto de negócio da música. É o meu ganha-pão, faço shows que são de onde tiro meu viver, tenho também minha equipe que depende de mim”, diz.

As mudanças pelas quais a indústria fonográfica passou também influenciaram, de certa maneira, as decisões de Reis nos últimos anos. Apesar disso, a produção artística nunca é afetada pelo que faz ou não sucesso. “Felizmente, essas coisas também não podem ser controladas.
O que dá certo acontece tão casualmente, é uma forma de expressão na qual sempre há identificação, na qual as pessoas se interessem. É muito misterioso que causa impacto, não está sob meu controle, não há manipulação”, afirma.

Depois de tantos anos no palco, ele assiste hoje aos filhos que também seguiram a carreira musical. Reis acompanha de perto a luta deles para se estabelecerem neste mercado tão competitivo.

Nando Reis — voz e violão — no recreio — vol. 1
Novo disco do cantor e compositor paulista. Deckdisc, 14 faixas. Preço sugerido: R$ 27,90. Disponível também no serviço de streaming Spotify. Lá, o usuário tem acesso a pequenos comentários do compositor sobre cada faixa. O álbum ganhará versão vinil em janeiro.

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