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Inédito

Disco inédito de Marku Ribas é lançado em noite de homenagem

Júlia Ribas, Marcelo Veronez, Pedro Morais e outros interpretam as canções registradas no álbum gravado por Marku três meses antes de morrer

Carolina Braga
Marku Ribas gravou Samba três meses antes de morrer, aos 66 anos, em 2013 - Foto: Carlos França
Fazer exatamente igual ao que Marku Ribas faria todos sabem que é impossível. “Era uma pessoa muito complexa. Tinha várias ideias, vários projetos, era muito sensível. Igualzinho a gente sabe que infelizmente não podemos, mas a gente tenta”, diz a filha e também artista Lira Ribas. Ela e a irmã Júlia Ribas se juntam a vários artistas para o lançamento de %2b Samba, CD gravado por Marku três meses antes de morrer.

O repertório tem sambas até então inéditos assinados pelo mineiro. “Foi uma correria porque ele estava se sentindo pronto para gravar e ir embora. Ele avisou que qualquer coisa que acontecesse era para levar o projeto adiante”, lembra Júlia.
O disco teve a produção musical de Lucas Telles e Brasilino com direção musical de Barral Lima.

“É um samba em que Marku canta as próprias origens. Não se parece com nada, é realmente muito dele”, afirma Barral. Para o produtor, está claro uma maneira muito própria que ele tinha de compor e também de intepretar. “É um disco que mostra como o é o samba do Marku. Existe chorinho, violão de sete cordas, uma coisa de raiz. Tem uma levada que ninguém faz igual”, elogia Lima.

No show de lançamento a banda será formada Lucas Telles (violão e direção musical, Lucas Ladeia (cavaquinho), Abel Borges (percussão), Digão Nargel (percussão) e Leonardo Brasilino (trombone). Júlia Ribas interpreta seis canções do pai. Para ela, %2b Samba retrata a realidade de uma vivência musical. “A marca dele foi ter vivido tudo o que quis”, constata a filha mais velha, que subirá ao palco grávida de seis meses da primeira filha, Rute.

Julia conta ter aprendido com o pai a cantar aquilo que acredita. Escolheu interpretar em homenagem a Marku as canções Alerta geral, 500 anos, Cabana e calor, Samba sim e Samba pra Lira (com Cristiano Cunha).
Todas as outras participações são de artistas com quem Marku tinha alguma relação afetiva. “O Marco Antônio morreu mas o Marku Ribas está vivo e precisa de algumas pessoas, que somos nós, para levar isso adiante. Entra nosso jeito, nossa cara”, completa Lira.

Marku Ribas faleceu em decorrência de câncer em abril de 2013, o ano em que completou 50 anos de carreira. Foram 12 álbuns lançados, com destaque para Underground (1973), Marku (1976) e Barrankeiro (1977). Tocou com nomes consagrados como Nara Leão, Djavan, Chico Buarque, João Donato, Tim Maia, Marcelo D2 e Emílio Santiago. A convite de Mick Jagger, em 1984, chegou a gravar com os Rolling Stones no álbum 'Dirty Work'. Trabalhou como ator em filmes como Uma onda no ar e Batismo de sangue, ambos de Helvécio Ratton.

Show de lançamento CD %2bSamba – Marku Ribas
17/12 (quinta-feira), às 22h. A Autêntica.
Rua Alagoas, 1172, Savassi. R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). CD: R$ 20 (à venda no local)..