A resposta traduz bem o que o Coldplay representa na cultura pop. Ao mesmo tempo em que a banda é vista por parte do público e colegas como sentimental demais e seus integrantes, excessivamente bons moços para serem levados a sério como uma banda de rock, o sucesso e a grandeza do grupo, inegáveis, a tornam impossível de ser ignorada. Essa postura fracionária em relação ao quarteto britânico nunca ficou mais evidente do que no início do mês, quando a banda lançou o sétimo álbum da carreira, A head full of dreams, e foi anunciada como atração do intervalo do Super Bowl, a decisão da liga norte-americana de futebol americano.
Apesar de as baladas emotivas carregadas pelo piano ainda estarem presentes, o disco é um claro esforço de apresentar uma sonoridade mais dançante e com letras mais positivas após o melancólico Ghost stories — gravado e lançado durante o processo de separação de Chris Martin com Gwyneth Paltrow.
O respeitado site Pitchfork, por exemplo, deu a A head full of dreams nota 4,8 de 10. “Com suas diversas inocentes ruminações sobre estrelas e luas e corações e diamantes, parece que Chris Martin tira inspiração de suas letras de uma caixa de cereais”, escreveu Stuart Berman, responsável pela crítica. Já a revista Rolling Stone deu ao trabalho quatro de cinco estrelas. “Se esse for o último álbum do Colplay (como Martin sugeriu em entrevistas), eles irão se despedir de forma graciosa.”
Coldplay — A head full of dreams
Parlophone UK, R$ 42,90, Disponível desde sexta-feira (7/12) nas plataformas de streaming.