“Não é que eu queria, mas, neste caso, achei melhor eu mesmo fazer. As novas músicas estavam bem amadurecidas, já vinham com introdução, harmonia boa, levada, forma. Já vinha de uma experiência de quatro discos anteriores, trabalhando com outros produtores, coproduzindo, ao mesmo tempo em que estudava arranjo. Queria uma formação musical abrangente, em que eu pudesse cantar de tudo, além de uma liberdade artística. Os músicos já estavam muito afiados, tanto que gravamos o disco bem rápido.
Depois dos quatro CDs como cantor, Marques percebeu que estava compondo cada vez mais e ampliando parcerias. Ao mesmo tempo, sentia que ainda estava construindo suas próprias referências. “Ainda gosto do meu repertório antigo e quero que ele fique mais conhecido. Sendo assim, em vez de ‘socar’ mais material inédito na cabeça das pessoas e dispersar informação, resolvi fazer um material enxuto, para selar a nova parceira com a Sarau Agência de Cultura e continuarmos trabalhando os discos antigos, principalmente o Casual solo e o Pra desengomar. São projetos muito bons, que ainda podem ser mais bem trabalhados”, diz.
Com nove faixas,o EP conta com algumas participações especiais, como a do coletivo Barca dos Corações Partidos na faixa batizada justamente com o nome do grupo e a de Laila Garin, conhecida por interpretar Elis Regina em Elis – A musical. A atriz solta a voz em Juntando os cacos. Moyseis conta que os convidados eram nomes que o estavam circundando no período de gravação do álbum e representam os novos profissionais com que tem se relacionado. “O Made in Brasil é o acabamento de um trabalho de 15 anos que quero registrar em DVD, e eles foram a cereja do bolo. São profissionais incríveis”, diz o cantor, que já mostrou seu lado ator no espetáculo Ópera do malandro.
Apesar de ter deixado Juiz de Fora, onde nasceu, ainda bebê, Moyseis Marques diz que mantém laços com Minas Gerais e que, curiosamente, considera Belo Horizonte a cidade em que mais tem fãs, depois do Rio Janeiro. “Juiz de Fora eu mal conheço, mas sempre que vou para BH sou muito bem recebido, me surpreendo com as pessoas cantando minhas músicas. Tenho uma enorme identificação com a música de Minas. Adoro Milton, o Clube da Esquina, Toninho Horta, Clara Nunes, Geraldo Pereira. Mas acho que o que tenho de mais mineiro é justamente essa coisa de comer pelas beiradas, chegar devagar, ir conquistando aos poucos.
Ouça Made in Brasil:
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