O repertório, como se sabe, a banda trata de nunca repetir, incluindo alterações de última hora que pegam de surpresa até a produção. Sendo assim, quem conferiu as apresentações em Porto Alegre e São Paulo e assistirá novamente à performance do quinteto de Seattle pode ficar tranquilo, pois não ouvirá mais do mesmo. Os hits do início da carreira, como Alive, Black, Jeremy e Even flow estarão lá, mas entremeados com lados B e covers.
Ora músicas improváveis, como Whipping (do disco Vitalogy), que os paulistanos ouviram, ora releituras inéditas, caso de Comfortably numb – essa só para os gaúchos. Dada a distância do lançamento do mais recente álbum de estúdio, Lightning bolt (2013), as músicas dessa última fornada autoral nem têm ocupado tanto espaço nos shows, mas pelo menos três são sempre tocadas: a balada Sirens (hit do trabalho), o petardo Mind your manners e a faixa-título.
Por isso, muitos fãs de BH que estarão no Mineirão hoje passaram os últimos dias em trânsito acompanhando a banda nas cidades onde tocou no Brasil. Gente como a encarregada de departamento de pessoal Taís Oliveira, de 37 anos, que foi a todas as apresentações da banda na turnê anterior e, na capital mineira, estará diante de Eddie Vedder e banda pela 14ª vez. “Sempre tem uma surpresa.
A empatia é tanta que ela conseguiu se hospedar exclusivamente em casas de pessoas que conheceu nessa e em outras turnês da banda. “Já deixei minha casa de portas abertas para quem quiser vir”, afirma. Não por acaso, ela e Taís fazem parte de um grupo informalmente chamado de “Jamily” (mistura de Jam e family – família, em inglês), composto por fãs do grupo que comparecem constantemente aos shows da Singles, mais famosa banda cover de PJ de BH.
“Gosto da banda porque também é engajada e não tem problema em sustentar as próprias posições”, observa o advogado Gabriel Figueiredo, de 31. Ele já foi a quatro shows do Pearl Jam, vai ao de hoje e também ao do Rio de Janeiro, domingo, que encerrará a parte brasileira da turnê. Ouvinte do quinteto há cerca de 20 anos, tornou-se fanático pelo som do PJ há 10 anos, depois de assistir a um show no Rio: “Foi o melhor da minha vida e já vi mais de 50 shows de bandas de rock nacionais e internacionais”, conta.
Na opinião do advogado, uma das explicações para isso está nas mudanças de repertório propostas pela banda.
Dono de mais de 60 discos do Pearl Jam (o que inclui os não oficiais), além de pôsteres, palhetas e livros, o advogado Daniel Freire, de 33, verá em BH o 17º show da banda, que já acompanhou também nos Estados Unidos e na Alemanha. “Em 2003, assisti aos três shows que fizeram em Boston. Não repetiram nenhuma música e chegaram a fazer um set acústico extra no terceiro dia, pois era muita música. Quando vieram pela primeira vez ao Brasil, em 2005, fui a todos os shows e viajava a noite de ônibus para economizar hotel”, lembra.
Freire curte o PJ desde adolescente e ouve as músicas do grupo todos os dias. Ultimamente, está escutando as de Lightning bolt para “dar uma reforçada”.
Pearl Jam
Nesta sexta-feira, às 20h30. Mineirão, Avenida Antônio Abrahão Caram, 1.001, Pampulha. Ingressos: de R$ 200 a R$ 500 (inteira), à venda pelo site www.t4f.com.br e no Mineirão, das 10h às 20h.
.