A reportagem da Folha se hospedou dois dias no famoso hotel carioca à espera de qualquer pista de João Gilberto. Como é de seu feitio, o criador da bossa nova está recluso. Durante o plantão do repórter Chico Felitti, não deu o ar da graça em espaços públicos. De acordo com funcionários do hotel, ele teria conseguido a gratuidade de receber o café da manhã no quarto. As diárias mais em conta do Copacabana Palace custam cerca de R$ 1.000.
Mesmo morando no hotel, João Gilberto permanece fiel aos antigos hábitos. "Pelo menos três vezes por semana ainda pede comida aqui", diz Sebastião Alves, há 40 anos gerente do restaurante Degrau. O filé servido no estabelecimento no Leblon é preferido do compositor. Uma curiosidade, João costuma convidar amigos para jantar à distância. Ele pede um prato para si mesmo, outro para ser entregue na casa do conviva e ambos comem ao telefone.
João Gilberto está hospedado no prédio atrás da piscina onde funcionou o cassino do hotel. De sua suíte não se vê o mar. Fica nos fundos de um dos andares mais altos dos sete do prédio, com vista para a avenida Nossa Senhora de Copacabana e cerca de 70 m².
Na tarde do dia 31 de outubro, quando a bossa Aganju, interpretada por Bebel Gilberto tocava na piscina a socialite carioca Narcisa Tamborindeguy fez questão de não ser discreta. "João Gilbééérto, vem nadar! Um beijo, João Gilbééérto!", teria gritado. O compositor não respondeu ao convite. A filha mais velha é uma das poucas a furar o cerco no Copa. Em agosto, Bebel publicou no aplicativo Instagram uma sequência de fotos do pai no hotel.
A reportagem afirma que o estado de conservação do imóvel era precário, já que o músico não permitia que pedreiros, eletricistas ou faxineiros entrassem na sua casa. Ainda de acordo com a filha, há cerca de dois meses o apartamento é reformado. .